Resumo:
Esta monografia tem por objetivo investigar os discursos pornográficos acerca do corpo e da
sexualidade feminina no jornal carioca O Riso: semanario artistico e humorístico (1911-1912).
A análise visa entender como, num contexto de práticas culturais dentro do campo da
sexualidade permissível por meio da ótica do sexo civilizado, moderno e limpo, emerge uma
imagem de mulher branca como modelo de mulher libertina em detrimento da mulher negra. A
partir do universo cultural carioca aparentemente controverso, o espaço da imprensa é tomado
enquanto lugar de jogos de astúcias, de tensões, no qual as relações de gênero se inscrevem;
espaço norteado por sistemas de sentidos e significados estabelecidos no meio social pelos
discursos masculinos. Logo, o corpo feminino e sua sexualidade são tecidos através de relações
de poder. Concentrada no âmbito da História cultural, a pesquisa viabiliza pensar os signos do
moderno e do civilizado, no contexto do Rio de Janeiro nos primeiros anos de 1910, que
permeavam os territórios do corpo e sexualidade feminina. Enquanto viés teóricometodológico,
nos apropriamos de autores como Michel Foucault e Guacira Louro (2000),
especialmente para entender as pedagogias da sexualidade enquanto um conjunto de discursos
e práticas minuciosas que visam moldar os corpos e a sexualidade.
Descrição:
CASTRO, C. F. de. Os corpos da nação: escritas sobre o corpo e a sexualidade feminina nas páginas do jornal O Riso (1911 - 1912). 2018. 68f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em História) - Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2018.