Caracterização dos rejeitos do desdobramento de granitos nas indústrias do Estado da Paraíba

Abstract

Diariamente nos deparamos com discussões entre empresários e ativistas, que dividem opiniões e preocupações, principalmente em questões relacionadas ao destino dos rejeitos das atividades industriais. Com a evolução tecnológica e científica, este problema vem ganhando solução, porém em pequenas escalas. Observando o setor de minerais não-metálicos do Estado da Paraíba, como o de beneficiamento de rochas ornamentais, em especial o granito, há uma geração de uma série de resíduos que causam impactos ambientais. Dentre eles, destaca-se a lama abrasiva, que provoca contaminação dos corpos hídricos, colmatação do solo, poluição visual e estética, dentre outros, devido a sua composição química. A possibilidade de redução dos resíduos gerados nos processos industriais apresenta limitações financeiras, limitações técnicas e de mobilidade de adequação de processos para as empresas, de forma que os resíduos sempre existirão, seja em pequena ou em larga escala. De acordo com o exposto, torna- se necessário o conhecimento do rejeito de rocha ornamental (RRO), sejam por suas propriedades químicas, físico-químicas ou mineralógicas. Como metodologia, efetuou- se a revisão bibliográfica, seguida de visitas in loco as indústrias de beneficiamento com a execução de levantamento de dados e a posterior coleta e caracterização do rejeito do desdobramento de granito do Estado da Paraíba. Como resultados, o levantamento de dados revelou uma produção anual de cerca de 7730 toneladas de passivos ambientais, que são descartados nos terrenos próprios das indústrias de beneficiamento. De acordo com as análises químicas realizadas, a fluorescência de raio-X mostrou que o rejeito pode ser classificado como sílico-aluminoso, já que soma cerca de 80% de SiO2 + Al2O3. A lama apresentou um pH com caráter alcalino, apresentando um valor de 9,34. Já em relação a umidade, de 6,50%, mostrou que nem toda água do beneficiamento de rochas ornamentais evapora-se ou infiltra-se no solo após o descarte do resíduo.