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O debate da “saúde” a partir da aparência e das condições do corpo têm ganhado destaque na contemporaneidade e esse fenômeno, de valorização dos parâmetros estéticos enquanto definidores de saúde, vem sendo denominado de Estetização da Saúde. Nesse sentido, o objetivo desse ensaio teórico é analisar tal fenômeno buscando situá-lo no contexto de relações que constituem a sociedade capitalista, à luz da perspectiva da totalidade. Essa aproximação inicial evidencia que o fenômeno está estreitamente relacionado ao processo de transformações societárias ocorridas no capitalismo tardio, a emersão do neoliberalismo e a ascensão do ideário pós-moderno no âmbito da cultura. Está relacionado ainda papel de destaque que as Doenças Crônicas Não Transmissíveis vêm assumindo no perfil de morbimortalidade das populações. Nesse processo, a epidemiologia dos “fatores de risco” começa a ganhar lugar e seu papel seria identificar os “fatores” relacionados ao surgimento de tais patologias, que estariam associados ao sedentarismo e à alimentação dos sujeitos, desconsiderando as condições de vida e trabalho. Logo, vemos uma concepção que tem impregnado o cotidiano dos indivíduos e alimenta a necessidade dos sujeitos adotarem um estilo de vida “saudável”, processo cada vez mais associado ao culto ao corpo, ao narcisismo, aos distúrbios de saúde mental. Portanto, ressalta-se a necessidade de estudos mais aprofundados sobre o tema, sob angulação marxista, uma vez que diversas perspectivas vêm se apropriando dessa discussão tratando-o como fenômeno isolado. |
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