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O conteúdo dança nas aulas de Educação Física escolar é marcado historicamente pelas datas comemorativas e eventos escolares (abertura de jogos ou culminância de projetos), muitas vezes, sem atribuição de sentido e significado ao que se dança. Nesse contexto nota-se um esvaziamento teórico para com o trato da mesma. No ensino médio as questões da evasão escolar são recorrentes como apontam pesquisas que, por sua vez, estão relacionados às diversas problemáticas (trabalho para ajudar a renda familiar, desencanto com a escola, dentre outros). A presente pesquisa estabeleceu como objetivo geral apresentar e discutir o processo de ensino da dança contemporânea no ensino médio, destacando eixos fundamentais da prática pedagógica para a formação de professor a partir de uma ação extensionista. Os objetivos específicos foram: identificar e refletir sobre as potencialidades e fragilidades do processo de ensino da dança, como também, apontar e refletir sobre as estratégias metodológicas que nortearam a busca do protagonismo e da autonomia do aluno. O trabalho se caracteriza como uma pesquisa intervenção, tendo como de fonte de produção de dados: o pl ano de ação, caderno de campo (registro, reflexões e avaliação das aulas), filmagens, fotografias e as produções textuais dos alunos. A ação extensionista foi realizada na Escola de Ensino Fundamental e Médio Ademar Veloso da Silveira, na cota de vigência de 2017, numa turma do ensino médio com 15 alunos, com aulas duas vezes na semana e duas horas de duração. A fim de uma melhor organização optou-se aqui em dividir a análise e discussões em três atos, sendo eles: I ato) O fazer-pensar-criar a dança na escola: textos e contextos no ensino médio; II ato) Apontamentos para a formação do professor e por fim; III ato) As potencialidades da extensão na formação do professor de Educação Física. Nesse sentido, foi possível notar que a Dança pode e dever ser desenvo lvida nas aulas de Educação Física fundamentadas em pressupostos teórico-prático, científico-pedagógico articuladas com diversas leituras críticas da relação dança/mundo. Um outro dado deixado por este estudo a partir da experiência na extensão universitária, é que a escola e professores precisam, verdadeiramente, acolher os saberes que seus alunos trazem consigo sem julgá-los ou rotulá-los, compreendendo que a grande questão não é negar os conhecimentos clássicos, mas valorizar o saber contemporâneo trazid os por esses alunos enquanto seres ricos de experiências historicamente construídas. E a respeito da importância da extensão universitária na formação do professor de Educação Física se deu aqui pela sua especificidade de ser processo educativo, cultural e cientifico que vislumbra uma efetivação de uma práxis transformadora que nos direcionou nessa pesquisa para o constante repensar do fazer pedagógico. Nessa perspectiva a evasão escolar pode estar também associada à falta de acolhida, de experiências diversas e significativas que estimulem os jovens a participar da vida escolar. Em suma o trabalho desenvolvido pelo projeto promoveu amizades, despertou e estimulou talentos, respeitou e acolheu as diferenças, trouxe as danças para o cotidiano dos jovens, mudou o olhar dos jovens para com a dança e a escola. Existe a possibilidade que projetos de vida sejam construídos a partir desses encontros com as danças. |
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