Resumo:
Muito se tem estudado sobre transferências fonético-fonológicas no nível segmental do
português brasileiro (L1) quanto à aquisição tardia do inglês como língua estrangeira (L2),
pouco, porém, às características prosódicas da L1 incidindo na produção da L2, sobretudo no
que toca em aspectos rítmicos. A dicotomia [± silábico/acentual] tem sido discutida a mais de
sete décadas (cf: Pike, 1945) e continua sendo um assunto bastante debatível pela literatura.
Estudos como os de Major (1981), Dauer (1983, 1987), Roach (2009), Avery e Ehrlich (2012)
dentre outros apontam para as dificuldades que brasileiros têm para produzir o inglês como
L2 é o ritmo no qual o português brasileiro é categorizado, [+ silábico] diferindo do inglês, {+
acentual]. O presente trabalho tem o objetivo de mostrar, através de uma pesquisa
comparativa que essa diferença rítmica de falantes brasileiros de inglês como L2 e falantes
nativos de língua inglesa não é algo categórico, mas sim, dinâmico no continuum da fala. Para
a metodologia da pesquisa, foi realizada uma coleta de dados de falantes brasileiros – com
níveis de proficiência: Intermediário e Avançado - e nativos do inglês americano para análise
do ponto de vista fonético-acústico e estatístico a partir da leitura de dez enunciados. Para
análise acústica, os dados foram rodados no Praat (Boersma & Weenink, 2018) e para a
estatística, utilizou-se a técnica de Regressão Linear no Microsoft Excel. Concluiu-se – a
partir dos dados aqui apresentados - que independente do nível de proficiência, os brasileiros
produzem o inglês como L2 de forma distinta aos americanos no que toca o ritmo da fala,
todavia, de modo não-binário, mas, continuo, visto que os americanos deslocam sua produção
fonética no eixo silábico-acentual.
Descrição:
RAIMUNDO, K. de A. A relação silábico-acentual no ritmo da fala por falantes brasileiros de inglês como L2. 2019. 24f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Letras)- Universidade Estadual da Paraíba, Guarabira, 2019.