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O universo infantil se caracteriza por sua natureza lúdica e, portanto, muito rica e
propícia ao imaginário, constituindo terreno fértil para o alimentarmos por meio da
literatura, já que esta representa o efabulado com o qual o homem necessita manter
contato ao longo da sua existência, configurando, assim, conforme defende Candido
(2004), um bem indispensável na formação do homem e, portanto, um direito
inalienável. Como toda literatura, a que se volta para o público infantil se realiza em
todos os gêneros. No caso da narrativa para crianças, as histórias possibilitam aos
pequenos leitores adentrarem num universo ficcional capaz de fazê-las vivenciar
experiências próximas às suas, querer ou realizar conquistas que também podem se
aproximar das suas, permitindo-lhes, desse modo, a construção de sua própria
identidade. Sendo assim, consideramos de fundamental importância a leitura de
narrativas como as de Ana Maria Machado, autora que se destaca no campo da
Literatura infanto-juvenil por criar narrativas que protagonizam personagens
femininas de caráter e emancipador. Através de uma linguagem simples,
espontânea e criativa, a autora se destaca pela maneira lúdica com que discute a
identidade infantil, temas do cotidiano em geral, mas, principalmente, por colocar em
destaque a menina na literatura. O perfil feminino, reiteramos, permeia sua obra,
ocupando um lugar central, e a postura de seus personagens chama a atenção pela
maneira questionadora, inteligente e crítica com que se comportam. É o caso de
Nita, personagem de uma de suas primeiras narrativas – Bento-que-Bento-é-o-frade
(2003), cuja leitura despertou o interesse em querer desenvolver uma análise em
torno dessa narrativa, trabalho que resultou neste artigo. Objetivamos,
especificamente, identificar e caracterizar a protagonista Nita, construindo seu perfil.
A análise nos permitiu identificar a força emancipadora do personagem feminino na
narrativa de Ana Machado. Como se trata de um estudo de crítica literária –
caracterizando um estudo de base bibliográfica, recorreu-se aos estudos de Coelho,
(2000), Cunha (2003), Lajolo (2004), dentre outros. |
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