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O presente artigo ocupar-se-á em trazer algumas considerações filosóficas sobre Friedrich Nietzsche (1844-1900) e o ensino de filosofia, baseando-se na análise da obra “Escritos sobre educação” (2012) e comentadores. Entendemos, inicialmente, que o ensino que tome a perspectiva filosófica nietzschiana deverá levar o indivíduo a intervir autonomamente na vida, a fim de transformar uma existência niilista em existência afirmativa de vida ativa, em que se abra espaço para a vontade de potência. A partir da análise da referida obra e de outros escritos do autor, perguntamos: como é possível criarmos as condições de possibilidade à educação e ensino de filosofia que conceba o pensamento nietzschiano como fundamento teórico-
metodológico? Para respondermos a essa questão deveremos apresentar uma discussão sobre a crítica de Nietzsche à Modernidade, que com seu apelo à razão, acaba por desconsiderar a possibilidade construtiva de vida autêntica (Dionisíaca), alegre e criativa. Em meio a uma sociedade que opta por fortalecer uma cultura que inibe, ignora e domestica o espírito humano, Nietzsche propõe o fortalecimento de uma cultura elevada (aristocrata), não jornalística e que retome os verdadeiros valores. A presente investigação deverá nos levar a compreender que o filósofo assume uma “perspectiva estética” em que, pela transvaloração dos valores, o homem passa a estar no mundo significativamente: nesse sentido o “homem-velho” deverá dar lugar ao “além-homem” de “espírito-livre”, capaz de dizer “sim” à vida e encarar o diferente como reafirmação de si. Não nega o “não-eu”, acolhe-o. Por fim, objetivamos concluir o presente estudo a partir da análise da obra citada, indicando que o ensino de filosofia no Ensino Médio deverá promover o desenvolvimento das potencialidades individuais e capacidades humanas para uma vida questionadora, ativa e criativa, para que se evite uma existência domesticada comprometida com a cultura de massa (instinto de rebanho). |
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