Resumo:
Sem dúvidas as palavras professadas no século XIX pelo filósofo alemão Friedrich
Nietzsche (1844 – 1900), ressoam com bastante impacto nos ouvidos da humanidade. Com
o advento da obra intitulada de A gaia ciência (1882), o filósofo anuncia pela primeira vez
aos seus leitores o esgotamento do sentido existencial a partir da “morte de Deus”. Segundo
parte dos intérpretes de nossa época é a partir do acontecimento histórico da morte de Deus
- anunciado por Nietzsche através do famoso aforismo 125 do homem louco - em que se
instaura um novo período do pensamento filosófico. Neste trabalho vamos partir para o
entendimento de algumas questões relativas à desvalorização dos valores supremos.
Procurando notar o peso deste acontecimento, este trabalho exibe o que supostamente
inspirou Nietzsche ao comunicar em suas obras o anúncio da morte de Deus. Mostraremos
quem é este Deus que entra em estado de óbito, e porque ele entra em estado de óbito.
Segundo Nietzsche, esse Deus corresponde a um aglomerado de conceitos metafísicos
oriundos da tradição socrático-platônica que são disseminados através da história pelo
cristianismo e subjazem intrinsecamente num modo de filosofar peculiar, que vai de Platão
a Hegel. O diagnóstico de Nietzsche aponta para o niilismo que infecta e corrói a cultura, da
estética à política, da religião à ciência. Por fim, nos resta a reflexão sobre o fardo desse
acontecimento, pois “Deus morreu” e este Deus sempre sintetizou em si toda a estrutura do
universo metaempírico. Com isso não estamos a vagar como que através de um nada
infinito?
Descrição:
CUNHA, C. F. O. Niilismo e hermenêutica em Nietzsche: desvalorização dos valores supremos. 2019. 40 p. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Filosofia) - Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2019.