Resumo:
A diversidade de cupins estaá fortemente relacionada as características dos ambientes
florestais em que estes organismos vivem. No presente trabalho buscou-se conhecer como
estes organismos interagem com as variáveis de altitude em ambiente de Caatinga. O estudo
foi realizado nas áreas de base e de topo da serra de Bodocongó, no município de Caturité,
durante as estações seca e de chuva, entre os anos de 2010 e 2011. A riqueza de cupins foi
medida através de em seis transectos de 65x2 m, divididos cada um em cinco parcelas de 5x2
m, intercaladas com espaçamentos de 10 m. A densidade de ninhos foi avaliada através de 5
transectos de 100x20 m, sendo a metodologia aplicada na base e topo da serra. Foram
registrados 46 morfoespécies de cupins, 25 destes pertencentes a 10 gêneros identificados:
Diversitermes, Constrictotermes, Nasutitermes, Amitermes, Microcerotermes, Termes,
Heterotermes, Inquilinitermes Cryptotermes e Neotermes, estes três últimos foram pouco
abundantes e exclusivos do topo da serra. Maior riqueza de cupins foi registrada na época de
chuva, 37 morfoespécies, enquanto 29 foram observadas no período seco. O topo da serra
mostrou maior riqueza em ambos os períodos de observação, 29 morfoespécies registrados no
período de chuva e 25 na seca, enquanto na base foram 19 no período de chuva e 11 na seca,
bem como maior abundância de cupins em ambos os locais de coleta, respectivamente. O
índice diversidade de Shannon foi de S = 2,70 na base e S = 3,2 no topo A densidade média
de ninhos foi de 34/ha no topo e 38/ha na base. As espécies construtoras desses ninhos foram
de C. cyphergaster (55), Microcerotermes sp. (16) e Nasutitermes sp. (4). A similaridade
entre as áreas foi J= 0,40. A maior riqueza e abundância de cupins registrada no topo da serra
pode ser atribuída ao estado de preservação do local, contribuindo positivamente o gradiente
de altitude mais alto para a preservação da comunidade termítica. contudo, recomendam-se
novos estudos para avaliar quais variáveis ambientais seriam determinantes para as diferenças
nas características observadas nas comunidades de cupins da base e topo da Serra de
Bodocongó. Tais diferenças observadas quanto a diversidade dos cupins observadas na base
da serra e no seu topo, apontam que a degradação ambiental da vegetação se reflete sobre os
cupins, corroborando estes organismos como sinalizadores de um processo de
descaracterização e empobrecimento da biodiversidade da região.
Descrição:
LUSTOSA JUNIOR, N.
Termitofauna em ambiente serrano no semiárido
paraibano, Nordeste do Brasil. 2012. 63f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Ciências Biológicas)- Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2012.