Resumo:
O elevado consumo dos produtos de base láctea tem promovido grandes desafios aos
pesquisadores e às indústrias alimentícias para o desenvolvimento de formulações inovadoras.
Nesse sentido, torna-se promissora a adição de frutas e seus subprodutos que possuem
compostos fenólicos e cepas com potencial probiótico para a composição das novas sobremesas
lácteas, uma vez que, os benefícios relacionados ao uso desses ingredientes conseguem elevar
o valor funcional do produto desenvolvido, influenciando na qualidade de vida do consumidor.
Diante disso, o presente estudo teve como objetivo avaliar a influência do tempo de
armazenamento sobre os parâmentos de atividade antioxidante em sobremesa láctea elaborada
com produtos da casca da jabuticaba (Myrciaria cauliflora), adicionados de calda, extrato
hidroalcoólico e cultura comercial potencialmente probiótica de Lactobacillus rhamnosus
LR32. Foram analisados em escala laboratorial os parâmetros de compostos fenólicos totais,
porcentagem de sequestro do radical DPPH, EC50 e capacidade antioxidante total da sobremesa
láctea após 1, 7, 14 e 21 dias de armazenamento, bem como da calda usada como
acompanhamento (topping). A porcentagem de sequestro de DPPH observado tanto para
sobremesa láctea como também para calda, foi maior para o volume de extrato de 0,2 mL obtido
dessas amostras, chegando a alcançar 89,25% de captura de DPPH nesta última amostra, mais
que o dobro do valor obtido para as sobremesas em todos os períodos de amostragem. No
entanto, houve uma tendência de aumento do sequestro de radicais DPPH das sobremesas ao
longo do tempo de armazenamento. Por outro lado, o teor de fenólicos das sobremesas lácteas
oscilou sem tendência definida, com o menor valor de 21,58±1,78 mg eq AG/100 g e o maior
valor de 29,62±4,47 mg eq AG/100 g aos 7 e 14 dias, respectivamente, os quais foram 7 e 5
vezes menores que o valor obtido para a calda, igual a 148,12±14,54 mg eq AG/100 g. Os
mesmos perfis de variação foram verificados para os parâmetros EC50 e capacidade antioxidante
total. Para este último parâmetro, considerando o menor e maior valor obtido para as
sobremesas durante o armazenamento, são necessários entre 244,12±12,45 g e 321,53±49,92 g
de amostra para capturar 1 g de DPPH, enquanto que para a calda, apenas 68,25±10,27 g da
amostra são suficientes para capturar 1 g de radical. Apesar das oscilações encontradas durante
o armazenamento, constatou-se que é favorável a utilização da casca de jabuticaba para a
capacidade antioxidante da sobremesa e da calda, que em conjunto com o uso da cepa probiótica
Lactobacillus rhamnosus LR32, compõe uma nova sobremesa láctea com potencial funcional.
Descrição:
SILVA, J. M. O. Influência do armazenamento sobre os compostos fenólicos e atividade antioxidante em uma sobremesa láctea contendo ingredientes da casca de jabuticaba (myrciaria cauliflora) em uma cultura probiótica de lactobacillus rhamnosus. 2020. 46 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Química Industrial)- Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2020.