Resumo:
A esquistossomose, chamada popularmente de doença do caramujo ou barriga
d'água, veio para o Brasil na época da escravidão proveniente da África. As regiões
mais afetadas são das regiões Sudeste e Nordeste, sendo os estados nordestinos
os que possuem as maiores taxas de prevalência. Este trabalho buscou relacionar o
número de casos positivos com o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal
(IDHM), condições sanitárias e exposição da população em locais com focos de
Shistosoma mansoni. A metodologia utilizada foi um estudo epidemiológico com
abordagem quantitativa feita através do levantamento de dados de positividade de
esquistossomose no período de 2012 a 2016 nos municípios mais endêmicos do
Brasil, utilizando a base de dados DATASUS/TABNET. As 20 cidades brasileiras
com a maior prevalência de esquistossomose mansônica no período 2012 a 2016
estão situadas nos estados de Alagoas, Pernambuco e Maranhão. As pertencentes
ao estado do Alagoas são Branquinha, Santana do Mundaú, São José da Laje,
Capela, Cajueiro, Atalaia, Pindoba, Igreja Nova, Coruripe, Tanque d’Arca, Flexeiras,
Marechal Deodoro, União dos Palmares, Messias e Viçosa. No estado do
Pernambuco são Escada, Quipapá, Ipojuca e Macaparana, e apenas a cidade de
Apicum-Açu pertencente ao estado do Maranhão. A frequência da esquistossomose
nesses estados está associada às condições socioambientais que são insatisfatórias
nas zonas rurais e periferias das cidades, tendo como fator determinante a ausência
de serviços de esgoto, causando a contaminação fecal das águas. A análise dos
casos de esquistossomose notificados nos municípios brasileiros nos anos de 2012
a 2016 mostrou maior número de casos em municípios que possuíam precariedade
no quesito saneamento básico, a exposição da população a águas contaminadas,
falta de informação e interesse do poder público impede que a situação seja
controlada e revertida. É necessário o investimento em saneamento e políticas
públicas de saúde como o Programa de Controle da Esquistossomose (PCE) e a
disseminação de informações para a população como forma de intervenção básica.
Descrição:
ALCÂNTARA, D. S. C. de. Aspectos epidemiológicos da esquistossomose mansônica em municípios brasileiros. 2019. 29f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Farmácia)- Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2019.