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A escola precisa ser um ambiente onde alunos e alunas se sintam incluídos/as e acolhidos/ as
a despeito de suas características físicas, posicionamentos políticos, religiosos e claro das
identidades sexuais e de gênero. Nesse sentido, o corpo e as práticas corporais devem ser
abordadas a partir dos discursos nas aulas de Educação Física escolar, Dessa forma, a
pesquisa apresenta as seguintes questões: De que forma a escola e especialmente o professor
de Educação Física trataram corpos transgêneros, gays efeminados e lésbicas
masculinizadas? De que forma as experiências vividas nas aulas de Educação Física
contribuíram para o fortalecimento do heterossexualismo como normativa social? Quais
aspectos são revelados pelas histórias de vida que apontam para um fazer pedagógico na
Educação Física escolar? Como os adultos de hoje, ex-alunos, que não estavam enquadrados
na lógica do sexo biológico como determinante das identidades de gênero e sexual, se
percebiam nas aulas de Educação Física? Como eles(as) se sentiam percebidos(as) pela
comunidade escolar? E ainda, quais as repercussões das situações vivenciadas por eles na
vida de cada um hoje? Os objetivos da pesquisa são: 1. conhecer, compreender e refletir
sobre histórias de vida de ex-alunos(as) transgêneros, gays efeminados e lésbicas
masculinizadas a partir do cotidiano escolar e, especialmente nas aulas de Educação Física
no processo de construção identitária; 2. identificar e refletir sobre a percepção de si e a do
outro na escola, bem como situações e lembranças marcantes nas aulas de Educação Física
no processo de construção de identidades; 3. apresentar apontamentos pedagógicos a partir
de histórias de vida que possam contribuir para o trato das práticas corporais, bem como,
orientar ao acolhimento de alunos(a) que fogem ao padrão de gênero e sexualidade,
especialmente nas aulas de Educação Física. A pesquisa é de natureza qualitativa do tipo
história oral de vida. Será utilizada a entrevista semi-estruturada e com base em Meihy
(1996), o depoimento do(a) entrevistado(a) não deve ser questionado, a sua fala é
consequência da forma como ele(a) percebeu as os acontecimentos abordados na entrevista.
A partir do estudo será produzido um documentário com as histórias de vida de pessoas
transgêneros, gays efeminados e lésbicas masculinizadas no cotidiano das aulas de Educação
Física. Esse material midiático poderá ser um importante estratégia para a reflexão sobre as
temáticas destacadas no âmbito da escola, podendo ser compartilhada em reuniões
pedagógicas, material didático para capacitação de professores da educação básica e
superior. |
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