Resumo:
A figura do vaqueiro, cantada em verso e prosa, representa para além da tradição um
ícone da conquista dos sertões nordestinos. Homem forte que desbravou as áridas terras
e vegetação da caatinga, a procura do gado que se perdia nos sertões. Associada á figura
do vaqueiro tem-se as competições de vaquejadas, práticas culturais destacadas na
região Nordeste do Brasil, tais práticas se modificaram ao longo do tempo, contudo, o
vaqueiro ainda representa esta identidade para a região. Considerando abordagens
etnográficas, objetivou-se com este estudo identificar no saber de vaqueiros, que
recursos foram e são normalmente utilizados para tratamento dos animais e dos próprios
vaqueiros, quando estes sofrem lesões ao se exporem a vegetação xerófita e com
espinhos. Utilizou-se a técnica de entrevistas abertas e livres, em que os atores sociais
tiveram liberdade em expressar sua vida no campo, aplicando-se posteriormente um
questionário com a finalidade de coletar dados sociais dos vaqueiros. Os resultados
apresentados, revelaram que os vaqueiros têm um grande saber apreendido à medida
que exercem seus ofícios e que fazem uso de plantas, animais e outros recursos para
tratar suas lesões, bem como aquelas que acometem animais que se machucam durante a
pega do boi. Entre as plantas mais citadas destacam-se: Mimosa tenuiflora (jurema –
preta) e Pilosocereus gounellei (alastrado). Os vaqueiros fazem uso também de banhas
de animais como a de Crotalus durissus (cascavel) e de Sus scrofa (porco). A despeito
das mudanças que ocorreram nas práticas de vaquejadas e pegas de boi, a figura do
vaqueiro ainda é muito tradicional na região Nordeste do Brasil.
Descrição:
QUEIROZ, L. B. de. Resgatando identidades regionais: O saber do vaqueiro sobre o tratamento de afecções decorrentes da “pega de boi”. 2019. 44f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Ciências Biológicas)- Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2019.