dc.description.abstract |
São evidentes as diferenças entre o discurso didático preocupado com o ensino e a
aprendizagem e o discurso científico especializado e ocupado com a pesquisa. Embora haja
pontos de convergência, a especificidade dos objetivos aponta para horizontes distintos.
Enquanto as Ciências Naturais, focando aqui a Física, lança mão de alguns tipos de técnicas,
metodologias e linguagens especializadas, sobretudo, a linguagem matemática, pressuposto
fundamental para sustentação de seus argumentos, a comunicação didática da ciência terá que
prescindir de parte desse formalismo para apoiar-se em outras linguagens e, a partir de
imagens e modelos, recriar os conceitos dessa ciência, de modo a reencontrar o senso comum
do qual foi obrigada a se afastar. Parte desse recurso do qual o ensino das Ciências lança mão
é próprio da Literatura e das Artes e, embora muitos cientistas não compartilhem com essa
visão, é necessário reconhecer a importância de outras linguagens nos processos de
comunicação da ciência. Neste trabalho procuramos identificar e discutir as opiniões de
professores de Física e de Literatura de duas Universidades públicas paraibanas sobre as
possibilidades e limitações de uma possível aproximação entre Ciência e Arte no contexto do
ensino de Ciências. Para tanto, esses foram entrevistados através de uma entrevista
semiestruturada; onde percebeu-se, que apesar dos entrevistados concordarem com a
aproximação entre esses dois ramos, houve uma espécie de precaução por parte da maioria,
mas, em contrapartida, compreende-se a necessidade de humanizar a ciência, e por isso o
porquê da utilização de outras linguagens para a comunicação pública da mesma. |
pt_BR |