Estudo do Ensino de Química em tempos de pandemia: Concepções de professores de Química do Estado da Paraíba

Abstract

Devido a pandemia causada pelo vírus SARS-Cov-2 houve prejuízo nas relações interpessoais, de forma a prejudicar vários setores, neste cenário, a educação teve de se readaptar a um novo normal, onde foram implementadas alternativas para que rapidamente houvesse continuidade no processo de ensino-aprendizagem, sendo o Ensino Remoto Emergencial (ERE) o modelo acatado inicialmente. Por influência dessa situação, esse trabalho tem como objetivo compreender a percepção dos professores de química da rede básica de ensino acerca das mudanças das práticas teóricas metodológicas com a substituição do ensino presencial pelo ensino remoto em ambiente virtual. Nesse sentido, optamos pelo procedimento metodológico de natureza descritiva e exploratória do tipo qualitativo. Para fins de coletas de dados, foi aplicado um questionário via Google Formulário para 19 professores de Química da educação básica do estado da Paraíba, abordando suas perspectivas sobre a adaptação ao ERE, a influência dessa variação metodológica no desempenho dos alunos, os métodos pedagógicos e avaliativos que eram utilizados antes e quais são utilizados durante o ensino remoto, e os aspectos positivos e negativos de toda essa situação. Conforme o estudo, foi possível verificar que no Brasil não havia um plano de contingência educacional ou administrativo para situações de emergência, as instituições de ensino não estavam condicionadas tecnologicamente, teoricamente, nem pedagogicamente para tal conjuntura. Boa parte dos professores não receberam apoio formativo e/ou orientativo para atuar nessas circunstâncias, e os que receberam, não tiveram um direcionamento para as práticas no ensino de química, apenas para uso das ferramentas do Google, como Meet e Classroom. Em meio às adversidades, os professores notaram que o desempenho dos alunos diminuiu. Esse fator está relacionado diretamente com os aspectos negativos citados pelos mesmos: desinteresse, desmotivação, desigualdade social e tecnológica, dentre outros. Todavia, os participantes também conseguem observar pontos positivos nessa mudança de modalidade: continuidade e inovação do processo educacional, novos conhecimentos digitais e uso das TIC’s.