Resumo:
Analisando o tema da pedofilia, que por definição é a atração sexual de um adulto por crianças, é comum percebê-lo como algo distante do cotidiano. Por ser designada como transtorno psicopatológico (Organização Mundial da Saúde) acaba tendo sua existência limitada à doença. Indo além desse entendimento, este trabalho objetiva mostrar que essa preferência de adultos por crianças pode ter raízes culturais centradas no patriarcado, tratando-se, assim, de uma espécie de “cultura da pedofilia”. Observar também de que modo a mídia participa, exercendo ou não um efeito normalizador e influenciador, que acarretaria problemas para as mulheres, compreendidas como sendo as principais vítimas dessa cultura. Na análise desta temática, se utiliza aportes teóricos, como Silvia Federici e Pierre Bordieu, que permitem reconstruir os caminhos que levaram a tal cultura, além da pesquisa documental, que nos possibilita a análise de variados materiais, na tentativa de perceber como esse fenômeno ocorre na prática. Com o resultado das análises feitas ao longo desse trabalho, pôde-se concluir que a existência de uma cultura da pedofilia é real, e que embora nós, enquanto sujeitos, não sejamos passivos diante de tudo, a mídia exerce sim um papel normalizador dessa cultura, justamente por naturalizar, e às vezes romantizar, questões problemáticas, de modo que se torne difícil estranhá-las e questioná-las.
Descrição:
CUSTÓDIO, J. R. A. O perigo das coisas sutis: a pedofilia como processo cultural e sua naturalização nas mídias. 2022. 46 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Letras Espanhol) - Universidade Estadual da Paraíba, Monteiro, 2022.