Resumo:
As atuais transformações no mundo do trabalho têm impactado frontalmente as condições de trabalho dos/as trabalhadores/as brasileiros/as frente ao aumento exponencial da precarização do trabalho concomitante ao desmonte do sistema de proteção social. A configuração do mercado de trabalho dos/das assistentes sociais tem como elemento determinante as tendências atuais de gestão da força de trabalho, seja no âmbito público ou privado. As exigências de racionalização da força de trabalho para atender aos interesses do atual modelo da produção capitalista vêm fortalecendo a flexibilização do mercado de trabalho, que se reflete também no âmbito da profissão. Ao compreender o Serviço Social enquanto profissão inserida na divisão sócio-técnica do trabalho e, portanto, parte da classe trabalhadora; bem como inserida na viabilização de direitos para esta classe, se faz particularmente relevante aprofundar a análise dos impactos das atuais configurações do mercado de trabalho para as condições de trabalho destes/as profissionais. Assim, o presente artigo tem como objetivo evidenciar, a partir da produção bibliográfica do Serviço Social, os impactos da nova morfologia do trabalho para as condições de trabalho de assistentes sociais buscando dar visibilidade às tendências da precarização do trabalho no Serviço Social. Para tanto, recorrendo como método ao materialismo histórico dialético, utilizamos como metodologia uma pesquisa bibliográfica e documental de estudos científicos sobre trabalho profissional do/a assistente social realizados no Estado da Paraíba, também fundamentados na teoria social crítica, que referenciam as configurações atuais do mercado de trabalho profissional, frente ao processo de contrarreforma e retirada de direitos. Para indicar as tendências deste mercado de trabalho profissional, consideramos a análise de aspectos como: jornada de trabalho, requisições indevidas, pluriemprego, salário, tipos de vínculo, qualificação profissional, aumento das demandas nas instituições, precarização das condições objetivas de trabalho, desmobilização coletiva e processo de adoecimento profissional. Os resultados obtidos indicaram que a nova morfologia do trabalho vem impactando as condições de trabalho de assistentes sociais considerando as particularidades que o mercado de trabalho vem assumindo frente ao intenso aprofundamento da precarização do trabalho profissional do/a assistente social, resultado de um processo de regressão de direitos sociais, em especial os direitos trabalhistas. Cenário este agravado pela pandemia da COVID-19. Assim, verifica-se que o mercado profissional enfrenta as tendências da nova gestão do trabalho, em uma realidade de avanço e agravamento da precarização, com fortes implicações para a vida desses/as trabalhadores/as.
Descrição:
GONZAGA, Anna Raquel Andrade. Nova morfologia do trabalho e impactos para a precarização do trabalho dos/as assistentes sociais: as reflexões da produção de conhecimento. 2022. Trabalho de
Conclusão de Curso (Graduação em Serviço Social) - Universidade Estadual da Paraíba,
Campina Grande, 2022.