Resumo:
O negacionismo em relação à ciência têm sido pauta de várias pesquisas e artigos nos últimos
anos, principalmente em relação às vacinas. Porém, cabe ressaltar que por vezes a própria
ciência estabeleceu preconceitos por meio de suas teorias, o que torna um pouco mais
complexa a sua defesa, se tomada de forma acrítica e indubitável. É o caso dos estudos
eugenistas, que por muito tempo foram divulgados e creditados como científicos. Neste
estudo foram analisados os folhetins e periódicos paraibanos do século 19 e do século 20,
mais precisamente do ano de 1870 a 1930. O método utilizado foi o de pesquisa bibliográfica
na hemeroteca e teve como principal ponto de partida o livro O Espetáculo das Raças de Lilia
Schwarcz (1993). Foram encontrados folhetins que defendiam e incentivavam as ideias
eugenistas e defendiam a tese do embranquecimento da raça, além de ideias de que a nação só
poderia se tornar uma nação desenvolvida se as ideias eugênicas fossem implementadas. Este
estudo revela as raízes do pensamento eugenista na Paraíba, mostrando como a própria
ciência, amparada pela divulgação, colaborou para efetivação do racismo estrutural presente
na sociedade contemporânea.
Descrição:
ASSIS, Marcelo de Souza. Divulgação e eugenia: Os folhetins paraibanos dos séculos XIX e XX. 2022. 19f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Ciências Biológicas) - Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2022.