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Tendo em vista que as desigualdades de gênero e raça vigentes socialmente resultam
em relações de poder que influenciam os papéis ocupados em sociedade afetando
diretamente as práticas corporais e as relações estabelecidas diante da dança, que
também funcionam como parâmetros, este estudo discute sobre os desafios da
mulher diante das danças marginalizadas pela sociedade, a fim de analisar e refletir
sobre a influência que as formas de opressões sociais podem dispor sobre o corpo de
uma mulher através das danças que foram/são historicamente desvalorizadas.
Realizou-se então, uma pesquisa de abordagem qualitativa e caráter (auto)biográfico
acerca da trajetória pessoal e profissional da autora ao longo de sua carreira, e os
desafios enfrentados durante esta jornada. Verificando que estas formas de
expressão são desvalorizadas pela influência que carrega das origens africanas.
Ademais, a objetificação, inferiorização, hiper sexualização e exploração que são
vivenciadas pelas mulheres que dançam evidenciam a desvalorização do corpo, da
vida e do trabalho feminino. Portanto, o preconceito vivenciado por estes corpos
através destes ritmos, estão na verdade pautados em uma problemática que ainda
circunda fortemente o nosso país, pois, as situações de machismo e racismo aqui
relatadas diante dessa jornada pessoal, são exemplos que corroboram com outros
saberes e experiencias diante do coletivo. Percebendo assim que apesar dos direitos
conquistados pelas mulheres através do movimento feministas, a mulher que se
coloca diante de um lugar de protagonismo por meio de sua arte, neste caso, a dança,
ainda enfrenta muitos desafios, principalmente, quando apresenta características que
revelam identidades de raízes africanas. Dessa forma, fica evidente a necessidade de
validar as subjetividades que permeiam esta realidade vivenciada por corpos de
mulheres diante das danças desvalorizadas historicamente. |
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