Resumo:
Em um contexto de expansão das Doenças Crônicas Não Transmissíveis, associadas ao sedentarismo e à obesidade, e por considerar alguns fatores de risco comportamentais evitáveis, dentre eles a inatividade física, a Organização Mundial de Saúde vem preconizando a prática regular de exercício físico como forma de prevenção de doenças e promoção da saúde. Tal recomendação emerge em um contexto cultural que coloca a “vida saudável” como verdadeiro mandamento e no qual proliferam narrativas relacionadas à estética e à exigência por corpos magros. A proposta desse artigo é problematizar como a desigualdade social influencia no acesso à prática regular de atividades/exercícios físicos por parte da população pobre brasileira, bem como questionar os discursos totalizantes em torno da saúde e estética. O tipo de estudo adotado foi a pesquisa qualitativa, por meio de revisão de literatura do tipo narrativa. Constatou-se que, em uma sociedade obesogênica e marcada por profundos abismos sociais, os discursos em torno da normatividade da prática regular de exercícios físicos acabam por desconsiderar os aspectos socioeconômicos da população e transferem o acesso ao exercício físico do campo do direito para o do dever, responsabilizando os indivíduos e grupos sociais por saídas individuais. Observa-se o tímido papel do Estado na promoção de políticas públicas intersetoriais na tentativa de reduzir estas desigualdades, o que evidencia o quanto a desigualdade social afeta diretamente o acesso de pessoas da classe pobre à prática regular de exercícios físicos e, portanto, a estratégias para prevenção/promoção da saúde.
Descrição:
RIBEIRO, Aline Motta. Desigualdade Social e a prática regular de exercícios físicos: o acesso não é para todos (as). 2023. 29f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Serviço Social) - Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2023.