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A influência da ficção científica na cultura contemporânea molda as representações da Ciência e do cientista, que frequentemente cativam o imaginário popular, contudo estas representações nem sempre estão alinhadas com os conceitos científicos estabelecidos. Apesar disto, a ficção científica possui um potencial didático relevante, demandando, contudo, criatividade por parte dos educadores para sua integração eficaz no ensino de Ciências. Dentro desse contexto, a obra "O Médico e o Monstro" de Robert Louis Stevenson emerge como uma ferramenta valiosa para aulas de Ciências, especialmente de Química, estimulando debates sobre ética, humanização do cientista e os conceitos científicos expressos na narrativa. Diante da influência da ficção científica na sociedade, este estudo propõe discutir as relações entre o livro de Stevenson e o ensino de Química sob uma perspectiva de divulgação científica. Para isso, adotou-se uma abordagem exploratória qualitativa, com foco na análise da narrativa do autor. A metodologia utilizada foi a análise de conteúdo conforme Bardin (1977), com ênfase nas representações da ciência, do cientista e de suas atividades laboratoriais, visando a investigação de questões éticas e morais presentes nessas representações. Além disso, o estudo da obra teve como objetivos específicos identificar e discutir os conteúdos de Química e de Ciências presentes na narrativa e como podem ser aplicados em sala de aula. Os resultados da análise evidenciaram a relação dos conceitos científicos presentes na obra, especialmente com os conteúdos de Química, sugerindo sua aplicação como organizadores prévios, em consonância com a proposta da teoria da Aprendizagem Significativa de David Ausubel. A reflexão sobre a representação do cientista e da Ciência na narrativa evidenciou as influências políticas e econômicas na construção dessas representações. Abordou-se a importância de questionar as implicações éticas das pesquisas científicas, bem como as práticas laboratoriais questionáveis descritas na obra, ressaltando a necessidade de segurança no trabalho científico. Sugere-se uma abordagem interdisciplinar ao abordar a obra em sala de aula, explorando conceitos de Física, Biologia e Química de forma integrada para discutir os impactos sociais e ambientais da ciência. Utilizar o livro como organizador prévio, conforme a teoria de Ausubel, para introduzir conteúdos sobre Dispersões Químicas, pode estimular a aprendizagem significativa nos educandos, alinhando-se às diretrizes da BNCC (2018). Essa abordagem não apenas aprofunda a compreensão da obra literária, mas também enriquece o processo educativo, proporcionando aos estudantes uma visão mais ampla e integrada da ciência na realidade cotidiana. Por último, é reconhecida a necessidade de atividades experimentais para consolidar as ideias propostas neste estudo. Portanto, é aconselhável abordar os conceitos de Dispersão Química com estudantes da primeira série do Ensino Médio, especialmente porque esses conteúdos estão em conformidade com o currículo, sobretudo para esse nível de ensino, alinhando-se com o tema das Soluções Químicas. |
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