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O presente artigo tem o propósito de contrapor o silenciamento histórico da Comunidade
quilombola de Santa Rosa, localizada no município de Boa Vista - PB, sabendo que a história
tradicional sempre buscou exaltar e protagonizar o homem, branco e europeu e que no
contexto do Brasil não é diferente, quando citados os personagens pretos, sempre estão
caracterizados como escravizados, passiveis e a margem da história, partindo desse ponto, o
estudo busca romper com essa prática histórica colocando a comunidade como protagonista
da sua história, e resistentes ao racismo que vivenciaram durante toda a sua trajetória,
retratando seu desenvolvimento como quilombolas a partir de memórias que atravessam o
tempo e são ressignificadas pela oralidade e vivência da comunidade. Para isso temos como
objetivo investigar o lugar social ocupado por Santa Rosa na história oficial, antes da
comunidade ser reconhecida como quilombola, para então entender a formação da
comunidade através dos relatos dos mais velhos, e como a história é percebida ao seu olhar, e
por fim através das pessoas que acompanharam o processo de reconhecimento quilombola
buscar compreender a forma que a população reivindicou o seu protagonismo na história do
município e analisar a participação das mulheres quilombolas nesse processo e o
desenvolvimento social da comunidade após o reconhecimento quilombola. A pesquisa do
tipo qualitativa, teve como metodologia a utilização de relatos orais da comunidade, a partir
de entrevistas feitas com a então presidente do quilombo Edilene Monteiro e outras com a
comunidade onde já foram publicadas, além da análise feita sobre o “Estudo do componente
quilombola” realizado pela NeoEnergia em 2019, o artigo da historiadora Cibelle Jovem Leal
“Nas trilhas da luta pelo reconhecimento étnico quilombola da Comunidade Rural Santa Rosa
em Boa Vista-PB: Um pouco do histórico da comunidade, através de relatos das moradoras e
moradores mais antigos” publicado em 2018, como também os livros escritos por Francisco
de Assis Ouriques Soares “Bôa Vista de Santa Roza” publicado em 2003 e “Fazendas e
Famílias: história da pecuária de Boa Vista” escrito pelo Dr. em agronomia Isaias Vitorino
Batista de Almeida escrito e publicado em 2022, esses dois últimos que descrevem a história
de boa vista e de suas famílias mas que não tem víeis acadêmico ou historiográfico, tratando se de relatos saudosistas. Sendo então, está pesquisa a primeira de caráter historiográfico, não
só sobre o temo quilombola, mas também sobre parte da história de Boa Vista, estando
amparadas teoricamente pelos conceitos de identidade atribuídos por Stuat Hall, assim como o
conceito de racismo estrutural descritos por Silvio Almeida, e de branquitude descritos por
Cida Bento, fazendo-se necessário para romper com o silenciamento histórico e amnésia
coletiva que paira sobre a participação dos negros na história. |
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