Resumo:
Este artigo propõe uma intersecção entre a literatura e a história explorando as noções
de trauma, memória e esquecimento nas obras “A Resistência” de Julián Fuks e
“Austerlitz” de W. G. Sebald. Ambas oferecem perspectivas sobre eventos traumáticos –
a ditadura militar na Argentina em “A Resistência” e o Holocausto em “Austerlitz”. Em “A
Resistência” Fuks mergulha nos relatos e memórias dos pais do personagem fictício para
entender sua própria história e reconectar-se consigo no que diz respeito a sua identidade
e seu irmão adotivo. Em “Austerlitz”, o narrador anônimo conta a história do protagonista
Jacques Austerlitz, um pesquisador e historiador que trabalha especialmente com a
história da arquitetura, que a partir de lugares de memória tenta reaver a sua identidade
que lhes foi ocultada na infância por seus pais adotivos, e nessa trama ele vai revelando
ao narrador traumas recalcados que vão se aflorando a medida em que descobre sua
identidade. Essa análise pretende compreender como a literatura pode enriquecer a
história, proporcionando a partir das nuances, sensibilidades e subjetividade de seus
personagens ficcionais a compreensão da época em que essas obras estão situadas.
Descrição:
SILVA, E. M. A. Trauma, memória e esquecimento na interseção entre história e literatura: uma análise das obras "A resistência" (2015) e "Austerlitz" (2008). 2023. 35 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em História) - Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2024.