dc.description.abstract |
A “questão social”, enquanto conceito que comporta as expressões da desigualdade social, teve sua gênese no marco do modo de produção capitalista, e até o alcance do seu estágio monopolista, as respostas de enfretamento destas expressões tinham um cunho principalmente repressivo e o conceito estava voltado para uma perspectiva moral. É no contexto da fase dos monopólios do capitalismo, por determinações políticas e econômicas, que passa a ser feito por um conjunto de serviços de cunho interventivo, as políticas sociais, demandando um profissional frente a essa necessidade, o que veio a ser o surgimento do Serviço Social enquanto profissão. No Brasil, a gênese da profissão e parte de sua trajetória são, historicamente, atravessadas pelo pensamento conservador, seja com aporte religioso ou através de matrizes teórico-metodológicas. Enraizado no “fazer” e no “pensar” profissional, o conservadorismo norteou da visão de mundo ao refletir as questões mais endógenas, como seu objeto de intervenção. Com base em uma pesquisa de cunho documental e bibliográfico, o presente artigo está voltado para a análise da influência do conservadorismo no Serviço Social, com ênfase na apreensão de “questão social” na formação profissional. Através de estudos junto a uma amostra de Trabalhos de conclusão de curso das décadas de 60 e 70, busca-se apreender como as expressões do conservadorismo atravessam as noções dos assistentes sociais acerca da “matéria-prima” da sua atuação. Considerando imprescindível analisar esse momento que é de intensificação do conservadorismo no pais, com o cenário da ditadura militar, e que para a profissão antecede a ruptura com a bagagem “tradicional” e conservadora do Serviço Social, o encontro com a tradição marxista e com uma releitura da “questão social”, avanços que se materializam essencialmente no conquistado Projeto Ético Político. |
pt_BR |