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Amebíase é uma infecção parasitária causada pelo protozoário Entamoeba histolytica, que pode
ocorrer de forma sintomática ou assintomática. Estudos sobre a prevalência de E. histolytica
em populações de baixa renda no Brasil mostram que as regiões Norte e Nordeste possuem os
maiores índices de internações, devido às condições socioeconômicas precárias, quando
comparadas aos estados do Sudeste e Sul. Considerando a faixa etária, os grupos de maior risco
são crianças, idosos, gestantes e indivíduos com comorbidades. Na Paraíba, há relatos da
incidência de amebíase nas cidades de João Pessoa, Campina Grande e Patos. Devido às
tradições populares na região do Nordeste Brasileiro serem bastante expressivas,
principalmente com relação ao uso de plantas medicinais no tratamento e prevenção de doenças
incluindo as parasitoses intestinais, são consideradas como uma fonte primordial na elaboração
de remédios e no consumo alimentício, tornando-se uma prática generalizada na medicina
popular sendo amplamente utilizadas por grande parte da população mundial como uma fonte
terapêutica de bastante eficácia. Com isso, o objetivo deste trabalho foi investigar o uso de
plantas medicinais utilizadas no tratamento e prevenção de amebíase pelos moradores do
assentamento Celso Furtado, localizado no município de Areia – PB. As entrevistas foram
realizadas de forma presencial nas residências dos entrevistados entre os meses de abril e maio
de 2023, sendo entrevistados um membro de cada família. Após a obtenção da autorização por
meio de um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), foi realizada a aplicação de
um questionário semiestruturado com 26 perguntas abertas e fechadas, dentro dos seguintes
aspectos: dados pessoais, informações sobre as plantas medicinais utilizadas no tratamento e
prevenção de amebíase, modo de preparo, frequência de utilização, formas de aquisição, partes
utilizadas, dentre outras questões relacionadas. Para a avaliação do uso de plantas medicinais
no tratamento e prevenção da amebíase foram entrevistadas 20 famílias do assentamento Celso
Furtado, em Areia – PB. Dentre os representantes 13 eram mulheres e 7 eram homens com
idade mínima de 20 a maiores de 60 anos. Sobre a utilização de plantas no tratamento de
amebíase, duas plantas se sobressaíram com relação as demais no decorrer da pesquisa, a
hortelã-da-folha-miúda (Mentha piperita) e o mastruz (Chenopodium ambrosioides),
perfazendo um número de citações elevados em comparação com as outras espécies. Dentro
desse contexto, percebe-se que o reconhecimento da potencialidade medicinal das plantas e o
conhecimento popular são de grande relevância para o surgimento de futuros estudos
etnobotânicos. Como uma forma de estimular o uso de plantas medicinais e agradecer à
comunidade pela participação na pesquisa, foi realizado um retorno à comunidade atendendo
ao resultado positivo sobre o interesse dos moradores em receber informações a respeito do uso
seguro e racional das plantas medicinais, onde foi entregue uma cartilha e um kit contendo um
recipiente plástico com açafrão em pó |
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