A feminização do magistério: uma análise do contexto paraibano no período de 1930 a 1960

Abstract

Este trabalho investiga a formação docente com foco nas escolas normais e cursos de magistério entre o período do Brasil Império aos dias atuais, abordando a relação dessas instituições com a feminização do magistério, trazendo uma perspectiva também local sobre o tema, as Escolas Normais da Paraíba no período de 1930 e 1960. Nosso objetivo geral foi o de analisar as escolas normais como espaços de formação e profissionalização das mulheres no período citado. Como objetivos específicos: Analisar como as escolas normais se reconfiguraram como espaços de empoderamento feminino via feminização do magistério; Problematizar como a feminização do magistério (não) refletem as condições sociais e culturais; e Verificar como as professoras com formação em curso de magistério se adaptaram às exigências de formação superior a partir da publicação da LDB nº 9.394/96, em que alterações foram propostas tanto para as instituições formadoras como para os cursos de formação de professores, tendo sido definido um período de transição para a sua efetivação e implantação. Este trabalho utiliza uma revisão bibliográfica sistemática da historiografia sobre as escolas normais e a feminização do magistério, recorrendo a autores como Uekane (2010), Hahner (2011), Kulesza (2008) e Almeida (1998) para suporte das análises. Ao explorar o papel histórico das escolas normais e a trajetória das mulheres que nelas se formaram, o estudo buscou contribuir para a compreensão do processo de feminização do magistério e suas implicações para a educação no Brasil. A falta de uniformidade no ensino primário e normal evidenciava as deficiências educacionais da época, e a Escola Normal passou a ser um espaço de distinção social e inovação pedagógica. As normalistas, muitas vezes anônimas, enfrentaram desafios para alcançar autonomia profissional e financeira num contexto em que a formação superior ainda não era obrigatória para a docência.