Da página romanesca aos elementos narrativos: uma leitura de A bagaceira, de José Américo de Almeida

Abstract

A presente pesquisa buscou observar as nuances e margens nordestinas a partir da obra “A bagaceira”, de José Américo de Almeida, com enfoque na mobilização dos sentidos a partir dos elementos da narrativa. O romance, por sua vez, constrói caminhos de denúncia acerca dos processos de marginalização do sujeito nordestino mediante os entrelaçamentos narrativos que destacam o romance de 30 para além de uma leitura espacial, no que tange ao solo degradado devido à seca e suas problemáticas. Percebeu-se, pois, rupturas sociais, culturais e políticas, mostrando a capacidade heterogênea com que os indivíduos são assujeitados a uma vida de contendas, formando um ciclo vicioso do regional em face à regionalidade. Por fim, ressaltou-se o teor ideológico e estético presente na obra, formadores da crítica aqui tecida, onde explorou-se a narratividade a partir da consanguinidade e dos embates físicos e subjetivos que a envolvem. Estudos como os de Haesbart (2009), Santini (2011, 2014, 2019), Chiappini (1995, 2014), entre outros, endossaram teoricamente as discussões empreendidas no decorrer do trabalho, sobretudo concernentes ao regional. Este trabalho, por fim, contribui para os estudos literários voltados à feminilidade e masculinidade, principalmente, no contexto da esfera regionalista.