Resumo:
Décadas após o fim das ditaduras do Brasil e do Chile, as literaturas começam a apresentar uma grande luta entre recordar e esquecer. Os períodos ditatoriais deixaram marcas profundas nas pessoas, sobretudo, por conta da censura, da repressão, das torturas, dos desaparecimentos e mortes. Nesse cenário a literatura pós-ditatorial emerge como resposta a esses traumas. Neste trabalho, analisaremos as obras K. Relato de uma Busca (2011) de Bernardo Kucinski e Los Días del Arcoíris (2011) de Antonio Skármeta, que possuem um papel crucial para a preservação da memória como forma de resistência de um passado que não passou. Este artigo é uma pesquisa bibliográfica e temos como objetivo analisar o papel da literatura na salvaguarda da memória individual e coletiva, pesquisando os pontos semelhantes e divergentes das duas obras literárias de contextos nacionais específicos, Brasil e Chile. Exploramos, também, como os eventos traumáticos passados podem interferir nas vidas das pessoas até os dias de hoje. Fundamentados nos estudos de Elizabeth Jelin (2002) e Tzvetan Todorov (2013), percebemos que fazer um trabalho de memória sobre um evento traumático não é tão simples, carrega-se um grande peso ao retomar sentimentos como a tristeza e a perda, mas é essencial para uma recordação ética e de respeito aos direitos humanos e civis.
Descrição:
Flor, Maria Alice Amorim. Os trabalhos da memória nas literaturas latino-americanas da pós-ditadura: uma análise do Brasil e do Chile. 2024. 36f. Trabalho de Conclusão de Curso - Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2024