O uso de plantas nativas no paisagismo: uma revisão sistemática da produção científica nacional

Abstract

Na perspectiva da multifuncionalidade de áreas verdes planejadas, ressalta-se a vantagem na utilização de espécies nativas da flora regional, no intuito de que os processos ecossistêmicos naturais ocorram de forma mais biodiversa. Contudo, planejar possíveis áreas verdes que favoreçam a existência de ampla biodiversidade é desafiador, pois tem-se praticado a homogeneização dos espaços com espécies exóticas, priorizando-se critérios estéticos e semelhantes a outras regiões do mundo. Diante disso, tendo em vista a importância das espécies nativas na implantação de projetos paisagísticos com enfoque na sustentabilidade, este estudo objetivou investigar as produções científicas nacionais sobre o uso de plantas nativas no paisagismo brasileiro, no período entre 2013 a 2023. Foram utilizados dois pares de descritores para a busca de artigos nas bases de dados Scielo e Periódicos Capes: “paisagismo e plantas nativas” e “paisagismo e espécies nativas”. Como critérios de inclusão, considerou-se artigos nacionais, disponíveis em textos completos, entre os períodos de 2013-2023. Foram excluídos artigos repetidos ou que não versassem sobre a temática. Com base em tais critérios foram selecionados 11 artigos. Para a organização e análise de dados recorreu-se à análise de conteúdo considerando as seguintes categorias definidas a priori: perfis dos artigos e revistas, objetivos da publicação, tipo de estudo e os principais resultados/conclusões das publicações. Cinco artigos foram publicados entre os anos de 2013 a 2018 e seis artigos entre 2019 a 2022. No que se refere às áreas das revistas, estão relacionadas à Agroecologia, Horticultura, Floricultura, Arquitetura e Urbanismo e Biologia. Os objetivos dos estudos se concentram em avaliações, levantamentos e apresentação de projetos. Os resultados ressaltam as características favoráveis ao uso paisagístico; a inexistência de diferença significativa de ocorrências entre espécies nativas e exóticas; o predomínio de espécies exóticas utilizadas; o predomínio de espécies exóticas ou nativas de acordo com a região brasileira; e, as poucas iniciativas de melhoramento para uso sustentável. As pesquisas e práticas relatadas buscaram ampliar os conhecimentos acerca das espécies nativas ou exóticas existentes nos locais dos estudos, demonstrando as vantagens adaptativas das espécies nativas e a importância de suas inter-relações ecológicas