A construção da identidade nacional a partir de uma heroína negra: uma análise de “As lendas de Dandara”

Abstract

A representatividade feminina e negra desempenha um papel crucial na construção da identidade nacional em sociedades historicamente marcadas pela desigualdade e exclusão. Por isso, autores têm buscado trazer personagens marcantes que representem esse grupo. Este artigo busca analisar a obra As lendas de Dandara (2021), de Jarid Arraes, e refletir sobre a representação da heroína negra, protagonista da narrativa, e sua importância na construção de uma identidade nacional. Para embasar a pesquisa, utilizamos alguns autores que discutem a concepção de identidade, como Hall (2000), Fiorin (2009), Assis (1959), Pesavento (2000) e Ribeiro (2014), e sobre raça e gênero, como Adichie (2019), Akotirene (2022), Brookshaw (1983), Davis (2016), Ribeiro (2016; 2018), Soares e Jorge (2020). Ao contrário da notável falta de protagonismo negro na literatura, a personagem Dandara não só simboliza a força e a coragem das mulheres negras, mas também resgata e celebra a história e a resistência do povo afrodescendente no Brasil. Sua presença na narrativa desafia estereótipos e oferece uma visão mais completa e inclusiva da história e da identidade brasileira.