A figura de Frida Kahlo como instrumento de conscientização e independência para as mulheres mexicanas

Abstract

Este artigo tem como objetivo realizar um estudo sobre o protagonismo feminino na revolução mexicana através da imagem das soldaderas, bem como da figura de Frida Kahlo e sua obra, enquanto instrumentos de conscientização e empoderamento das mulheres mexicanas. Frida é um ícone na arte; sua vida e obra influenciam as gerações femininas a buscarem uma maior autonomia sobre sua identidade e vida. Frida teve uma vida marcada por dores físicas e emocionais, o que a torna uma forte representação de resiliência e resistência. Ela lutou para ter seu próprio lugar no mundo, principalmente nos anos em que viveu, quando a sociedade impunha às mulheres o que podiam e não podiam. Por outro lado, se atreveu a mostrar, através de suas pinturas, suas fragilidades, mostrando que, por mais forte que seja a dor, é possível transformá-la em algo maior e bonito. Ademais, este estudo também explora a Revolução Mexicana, que foi um marco muito importante no século XX, não apenas marcando a contemporaneidade na América Latina, mas também significando a ruptura das estruturas tradicionais. Isso inclui trazer o caso das soldadeiras para mostrar como foi importante a participação das mulheres nessa fase tão significativa da revolução, bem como no período pós-revolucionário. Somando a isso, a influência dos estereótipos de gênero é prejudicial e limitadora para a figura feminina, uma vez que a sociedade impõe padrões absurdos de beleza e comportamento, os quais ditam o que seria mais adequado para as mulheres. Por fim, devemos refletir sobre a conquista do voto feminino, que se deu de maneira lenta e tardia, e trazer a arte de Frida como símbolo de empoderamento e resistência feminina, pautando-nos, principalmente, nas teorias de Rampinelli (2011), Tosi (2016), Schubert e Nielsson, 2021, Terra e Faria (2024), Toldo e Carletto (2012), Toledo e Manhas (2006) e Medeiros (2023).