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As variações hormonais do ciclo menstrual influenciam diretamente no desempenho
físico de mulheres, afetando as manifestações de força como a força máxima, a
potência, a resistência muscular e a isométrica, as quais impactam na vida tanto de
atletas quanto de não atletas, exigindo atenção especial na prescrição de programas
de exercícios físicos que envolvam a força. Nesse sentido, nosso objetivo é
identificar alterações nos níveis de força em mulheres nas diferentes fases do ciclo
menstrual. Para tal propósito, foi realizada uma busca na literatura nas bases
PubMed, SPORTDiscus, Science Direct, Biblioteca Virtual da Saúde e Scielo,
utilizando termos relacionados ao ciclo menstrual (‘’menstrual cycle’’, ‘’menstrual
cycle phases’’) e a medidas de força (‘’isokinetic strength’’, ‘’isometric strength’’,
‘’maximal strength’’, ‘’muscle strength’’, ‘’muscle power ’). A revisão empregou a lista
de verificação de Downs and Black para avaliar a qualidade dos estudos incluídos, e
essas informações foram integradas à síntese narrativa, sendo os estudos de maior
qualidade considerados com maior peso na interpretação dos achados. Nesse
processo, dois revisores chegaram ao consenso de que 28 estudos atendiam aos
critérios de inclusão. Por fim, dos 453 estudos, inicialmente identificados, 28
atenderam aos critérios de elegibilidade e foram incluídos, totalizando 666 mulheres
eumenorreicas, com idades entre 18 e 36 anos. A qualidade metodológica foi,
majoritariamente, moderada ou alta, conforme avaliação adaptada da ferramenta de
Downs and Black e as análises apontaram achados heterogêneos entre os
diferentes tipos de força: sobre a isocinética (n=11), mostraram melhoria em
algumas fases, especialmente na ovulatória, embora não obteve consistência entre
todos os estudos; já acerca da máxima/dinâmica (n=5), a maioria indicou
estabilidade do desempenho entre as fases, com variações pontuais relacionadas a
hormônios como estradiol; a respeito da isométrica (n=7) apresentou, em geral,
estabilidade, mas alguns estudos relataram aumento na fase lútea ou folicular,
enquanto outros identificaram queda de desempenho. Já em relação à potência
muscular (n=2), os resultados foram divergentes, com um estudo apontando
melhoria na ovulação, enquanto para a resistência muscular (n=3), observou-se
tendência à melhor desempenho durante a fase folicular. Nesse contexto,
identificamos que a força muscular de mulheres pode apresentar variações ao longo
do ciclo menstrual, com tendência de melhor desempenho durante a fase folicular e
ovulatória, quando os níveis de estrogênio estão mais elevados, muito embora haja
heterogeneidade nos resultados. |
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