Resumo:
O calcário é a principal matéria prima na produção de carbonato de cálcio que
consiste no processo de moagem de rochas calcárias e de outras operações
unitárias após sua extração. No estado da Paraíba, em especial na região do cariri
oriental, existem grandes reservas desse mineral e mão-de-obra de baixo custo, o
que já tem despertado certo interesse de alguns setores industriais como o do
beneficiamento de calcário e o da indústria cimenteira. No entanto, é fundamental a
realização de estudos para classificar o calcário existente na região, tendo em vista
que a sua aplicação para determinados fins é estabelecida de acordo com sua
classificação, que é realizada através de análises físico-químicas como: umidade,
pH, perda ao fogo, teores de óxido de cálcio e magnésio totais, entre outros. A
granulometria do calcário moído varia conforme sua aplicabilidade nos mais diversos
setores industriais, que usam o carbonato de cálcio como matéria prima ou como
elemento de carga em seus produtos com intuito de reduzir custos no produto final.
O carbonato de cálcio é classificado de acordo com o tipo de rocha que o originou e
isso é verificado através de análises que determinam a sua composição. Para se
determinar o tipo de calcário ou de carbonato de cálcio, são realizadas analises
físico-químicas, que possibilitam a sua classificação antes ou depois da moagem,
sendo o principal parâmetro para a sua diferenciação, os teores totais de óxidos de
cálcio e de magnésio presentes na rocha “in natura” ou na mesma já moída. As
amostras analisadas foram coletadas e cedidas por uma empresa da cidade de
Campina Grande-PB que possui duas minas de extração de calcário na região do
cariri oriental da Paraíba, sendo uma na cidade de Boa Vista e outra em Caraúbas.
Todas as análises foram realizadas no laboratório da empresa que possui todos os
recursos necessários para a realização deste estudo. Os resultados mostram a
existência de diferentes tipos de calcários em uma mesma microrregião, pois as
amostras coletadas da mina de Boa Vista apresentam características que permitem
classificá-las como rochas calcíticas pelo fato da mesma apresentar altos teores de
óxido de cálcio cerca de 52% e pequenas quantidades de óxido de magnésio,
aproximadamente 1,3%. Esse material pode ser utilizado na produção da cal virgem
e cal hidratada, ou ainda como carga na produção de tintas e de alguns polímeros e
também como complemento na ração de animais como fonte de cálcio. As amostras
oriundas da mina de Caraúbas têm em sua composição teores de óxido de cálcio e
de magnésio relativamente mais próximos um dos outros, 32% e 20%
respectivamente, essa proximidade não é um fator de classificação, demonstra
apenas que essa rocha possui quantidades consideráveis de outros compostos em
relação ao óxido de cálcio. No entanto, o calcário da mina de Caraúbas deve ser
classificado como dolomítico por apresentar teores de óxido de magnésio acima de
12%, o que o torna viável para ser aplicado no processo de calagem, correção de
pH de solos, industrias de tintas, produtos cerâmicos, entre outros.
Descrição:
MOURA, R. D. Classificação do calcário da região do Cariri Oriental paraibano usado na produção de carbonato de cálcio. 2014. 57f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Química Industrial)- Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2014.