Resumo:
Este estudo tem como objetivo mostrar as mudanças ocorridas na dinâmica socioespacial da
Feira de Cuité no período de 1925 a2011. A feira de Cuité surgiu primeiramente da
necessidade da troca de mercadorias e depois da venda do excedente. No começo a feira era
realizada no mercado de Três Portas, onde havia algumas mercadorias. Nessa época Cuité
tinha apenas cinco ruas e a feira era realizada na chamada Rua Estreita ou Rua do Comércio.
Na década de 1940, Cuité já tinha 12 ruas, 2 travessas e uma praça. Esse crescimento ocorreu
devido a indústria de sisal e algodão, mesmo assim o município ainda dependia basicamente
da agricultura para se desenvolver. Já em 1956 o município cresceu rapidamente sua infraestrutura
devido a chegada dos motores de desfibramento o que pode aumentar a produção e o
lucro. No ano de 1963 foi criado o novo Mercado Público Municipal, local onde se vendia as
mercadorias todas segundas-feiras e também onde se realizava as festas. O município de Cuité
dependia do sisal e quando houve sua desvalorização os trabalhadores foram os principais
prejudicados, pois ficaram sem emprego. Atualmente o município sobrevive da agricultura,
pecuária, extração vegetal, silvicultura e do comércio. Desde 1990 a feira livre de Cuité
ocupa 4 ruas da cidade, são elas: Rua Epitácio Pessoa, Rua Vereador Francisco Patrício, na
Rua Floriano Peixoto e Rua São Miguel, onde a variedade de produtos comercializados é
grande. A feira acontece às segundas-feiras, sendo dividida e organizada pela
Prefeitura segundo os produtos comercializados: derivados, industrializados,
hortifrutigranjeiros. A feira é uma fonte de sobrevivência para os feirantes. Através de
entrevistas com os feirantes foi possível identificar que o setor de frutas, verduras e legumes
predomina, em seguida o setor de roupas. A maioria dos comerciantes reside em Cuité. Com
relação ao tempo de trabalho a maioria dos comerciantes tem apenas 2 anos de atuação na
feira. Isso mostra que uma parte dos feirantes sobrevive da feira e o restante trabalha na feira
por falta de emprego formal. Metade dos feirantes afirmou em suas entrevistas que são
analfabetos. Com relação aos meios de transportes utilizados para transportar as mercadorias
o carro particular predomina e a vinda de caminhões. A maioria dos produtos é comprada em
Cuité, seguida de Campina Grande e Santa Cruz. A maioria dos feirantes têm barracas
próprias. A maioria dos comerciantes afirmou comprar frutas, legumes e verduras na Empasa
em Campina Grande. A Empasa polariza boa parte da comercialização de produtos agrícolas
do Estado da Paraíba, vendendo para as feiras livres ou para supermercados da capital e do
interior. Ela dita os preços e tipos de produtos, de acordo com o ciclo de cada cultura. A feira
funciona como um instrumento gerador de emprego e renda para o município, promovendo a
inclusão social de produtores e consumidores de baixa renda. Conduzindo a circulação de
moeda dentro do município gerando crescimento econômico.
Descrição:
Nascimento, M. J. dos S. A dinâmica sócioespacial da feira de Cuité/PB. 2011. 57f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Geografia)- Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2011.