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A obrigatoriedade do ensino da História e Cultura da África e dos Afro-brasileiros,
com a implementação da Lei 10.639/03, gerou, nos meios escolares e acadêmicos,
algumas inquietações. Sem dúvida, é um grande desafio para os educadores
ensinar um conteúdo nas salas de aula, quando não foram preparados para tal
trabalho, pois não tiveram, em sua formação inicial, nenhuma base teórica que lhes
orientasse para essa discussão. Tal desafio, porém, não é impossível de ser
transposto. O presente estudo objetiva, de maneira geral, analisar como se
consolida o ensino de História e Cultura da África e Afro-brasileira numa escola
pública de Campina Grande/PB, e, de forma específica, discutir a implementação da
Lei 10.639/03, relacionando-a com o currículo escolar, bem como refletir sobre a
identificação de uma professora de História com a temática africana e afro-brasileira
e, ainda, verificar uma experiência exitosa na aplicação da Lei 10.639/03 na sala de
aula de uma escola pública de Campina Grande. O trabalho é ancorado em
documentos oficiais e em autores como Munanga (2009), Silva (2007), Gomes
(2003), entre outros pesquisadores. A pesquisa de abordagem qualitativa aconteceu
em diferentes etapas. Inicialmente, realizamos uma pesquisa bibliográfica. Em
seguida, iniciamos uma pesquisa de campo do tipo estudo de caso e,
posteriormente, trabalhamos com a história de vida de uma professora. Como
instrumentos de coleta de dados, utilizamos a observação participante, com o
registro em diário de campo e conversas gravadas, que foram transcritas e
organizadas em uma narrativa. Finalmente, analisamos o conteúdo das narrativas.
Os resultados desse trabalho demonstraram que existem formas de trabalhar com a
lei na sala de aula e revelaram indícios positivos no cotidiano escolar, desde que
haja compromisso dos docentes com a escola pública e com a transformação da
sociedade excludente. É necessário o envolvimento do professor de História com os
professores das demais disciplinas e os alunos. Quando há essa integração, os
bons resultados são visíveis. E ainda, vale ressaltar que escola é um lugar propício
para essa interação, porque a diversidade está no cotidiano. A professora Marinalva,
mesmo sem grandes feitos, tem contribuído com o seu trabalho para um mundo
melhor, passando a fazer parte da História, e não uma mera espectadora da mesma. |
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