No meio do caminho tinha Soledade: memórias e sensibilidades - a construção da estrada de rodagem e a chegada da BR - 230

Abstract

O presente trabalho que segue a linha de pesquisa da história cultural tem como objetivo geral discutir como a cidade de Soledade foi sentida pelos seus moradores com a construção da estrada de rodagem e depois com a chegada da BR-230. Nossas inquietações surgiram da observação de um costume muito presente na cidade aqui pesquisada, tendo em vista que sempre foi presenciado por nós, a prática dos moradores mais antigos, se reunirem em grupos de amigos ou familiares na praça ou mesmo nas portas de suas casas para conversarem enquanto acompanham atentos os carros que transitam pela BR-230, rodovia essa responsável por cortar a urbe.Dessa forma, a problemática desse trabalho nasceu do desejo de tentar reverificar se costume dos moradores é um hábito iniciado apenas depois da chegada da BR, ou já era uma prática existente. Vamos aqui analisar se houve aparecimento de mudanças na rotina dos habitantes, isto é, aparecimento de novas sensibilidades ligadas à chegada dessa rodovia. Usaremos como aportes teóricos Sandra J. Pesavento, Roger Chartier, Lynn Hunt e Peter Burke que comungam dos princípios culturais. Em busca de respostas para os nossos questionamentos, vamos usar algumas fontes historiográficas, tais como, os relatos orais, as fotografias e textos bibliográficos, para a realização desse trabalho, bem como para o diálogo com as fontes, o método indiciário foi muito importante para a nossa pesquisa.