Resumo:
Este artigo objetiva investigar o trabalho dos retocadores fotográficos que atuaram na sociedade campinense e nas diversas cidades interioranas da Paraíba entre as décadas de 1950 a 1970. Ao historicizar essa prática da fotopintura, desenvolvida por alguns fotógrafos profissionais e amadores daquele período, tenta-se pensar aqui: a importância da restauração das fotografias para os próprios consumidores do serviço; a forma como essa prática estava articulada ao contexto de mudanças socioculturais da sociedade campinense e, ainda, apontar alguns indícios que contribuíram para o declínio da fotopintura em Campina Grande, ao ponto de torna-la obsoleta e ser substituída pelo fotoshop digital advindo da modernidade tecnológica contemporânea. Tais questões ajudam a compreender práticas culturais locais que possibilitaram manter certa memória iconográfica de muitas famílias, fazendo com que os suportes pelos quais os retratos foram preservados cheguem até o presente, devido à importância sentimental atribuída pelas pessoas responsáveis. Desse modo, será que a fotopintura artesanal que tanto contribuiu para a conservação de uma memória imagética dos campinenses poderia desaparecer totalmente? Portanto, este estudo possibilita vislumbrar como o ritmo de vida particular da sociedade campinense estava intimamente ligado ao da vida social pública da cidade e, nesse sentido, pode-se dizer que restaurar as imagens dos campinenses é também contar a história da cidade.
Descrição:
Silva, J. F. da. Fotopintura: retrato e restauração de vidas em Campina Grande (1950-1970). 2015. 23f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em História) - Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2015.