Resumo:
A avaliação da farmacoterapia oncológica em pacientes idosos hospitalizados é de suma
importância, uma vez que muitos se apresentam com neoplasias em estado avançado,
portadores de outras patologias, e em terapia polimedicamentosa, esses pacientes tornam-se
mais susceptíveis a apresentarem Reações Adversas a Medicamentos (RAM) e possíveis
Interações Medicamentosas (IM). Diante disto, a monitorização e segurança dos
medicamentos, são elementos essenciais para o uso efetivo desses, especialmente em
pacientes oncológicos que dependendo do acompanhamento pode vir a ter uma sobrevida
melhor. Este trabalho teve como objetivo desenvolver ações de farmacovigilância, a fim de
identificar e avaliar as possíveis RAM e interações medicamentosas, através de medicamentos
utilizados em pacientes idosos oncológicos hospitalizados no Centro de Cancerologia Ulisses
Pinto, com a finalidade de promover o Uso Racional dos Medicamentos. O estudo foi
histórico documental, com abordagens quantitativas, caracterizado pela busca ativa de
possíveis RAM e interações medicamentosas, em 41 pacientes idosos internados na Clínica
Oncológica, entre o período de março de 2011 a julho de 2012. Para os 41 pacientes
acompanhados foram prescritos 255 medicamentos, a dipirona foi o mais prescrito (23,0%),
seguido do omeprazol (20,0%). Dentre os diagnósticos ativos os de maior prevalência foi
neoplasia de próstata (23,0%) e neoplasia de pulmão (16,0%). Quanto as possíveis RAM, as
que afetaram o sistema gastrintestinal foram as mais evidentes. O omeprazol foi considerado
o medicamento mais suspeito de causar reações adversas. Em relação à forma farmacêutica
administrada a que apresentou maior prevalência foi a injetável (73,0%). Foram identificadas
118 interações medicamentosas, numa média de 3,0 interações por paciente. Foram utilizados
49 fármacos diferentes. Amitriptilina, captopril e dipirona foram os medicamentos que mais
apresentaram interações. A interação mais prevalente foi entre dipirona e metoclopramida
(45,0%). Com relação à gravidade das interações a maioria foi considerada leve. O principal
fator de risco observado no estudo para ocorrência de possíveis interações foi o número de
medicamentos utilizados por paciente. A vulnerabilidade dos pacientes idosos oncológicos as
RAMs e interações medicamentosas é bastante alta, o que se deve a complexidade dos
problemas clínicos, á necessidade de múltiplos agentes e ás alterações fisiológicas inerentes
ao envelhecimento. Desta forma, torna-se imprescindível a orientação farmacêutica através da
farmacovigilância para que haja uma avaliação mais criteriosa e monitorização da politerapia
medicamentosa, contribuindo assim para uma farmacoterapia mais segura e adequada ao
paciente oncológico, proporcionando melhor qualidade de vida e redução de custos do
tratamento.
Descrição:
SOUZA, C. J. de. Avaliação de medicamentos utilizados em pacientes idosos oncológicos hospitalizados. 2015. 39f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Farmácia)- Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2015.