Resumo:
O estigma e a discriminação sempre estiveram presentes desde o surgimento da AIDS no mundo. No contexto brasileiro a AIDS surge na década de 1980 na cidade de São Paulo, onde também é registrado o primeiro óbito decorrente do vírus HIV. No principio a doença estava associada a homossexuais, prostitutas e usuários de drogas, assim a doença se disseminou socialmente como sendo atribuída aos “grupos de risco”, o que contribuiu desde o início, para o aumento do estigma e da discriminação em torno da doença. Esses indivíduos passaram pela chamada morte social, tendo historicamente sua cidadania negada e seus direitos violados, e passaram a viver a margem da sociedade. No Brasil, hoje passados mais de 30 anos desde o surgimento da epidemia, a discriminação e o estigma em torno da doença ainda são bastante fortes. Nessa perspectiva é que a presente pesquisa buscou analisar a concepção das pessoas vivendo com HIV/AIDS, atendidas no Serviço de Assistência Especializada-SAE, no Município de Campina Grande-PB, acerca do estigma e da discriminação. A pesquisa foi realizada no período de janeiro de 2014 a julho de 2014, e partiu de uma perspectiva analítica crítica da realidade social, se caracterizando como um estudo exploratório e descritivo. O estudo ora apresentado parte de uma abordagem quantiqualitativa dos dados coletados, e foi realizado através do levantamento bibliográfico e da pesquisa de campo. Foram utilizados como instrumentos de coleta de dados a entrevista semiestruturada, a observação participante e o diário de campo. Para a análise dos dados coletados utilizamos a técnica de analise de conteúdo, a partir da percepção dos usuários a respeito da problemática levantada. Participaram das entrevistas 10 usuários escolhidos de forma aleatória. A análise dos dados nos revelou que o estigma e a discriminação, ainda são bastantes presentes na vida das pessoas vivendo com HIV/AIDS, em seus diversos âmbitos, no meio familiar, no ambiente de trabalho, nas relações de amizade, nos relacionamentos afetivos, atingindo a rede de sociabilidade de tais indivíduos. A partir dos resultados de tal estudo, fica evidente que, a discriminação e o estigma, podem ser mais letais que o próprio vírus HIV. Assim, lutar contra a AIDS implica combater todas as formas de desigualdade, preconceito e discriminação, que acabam levando aos indivíduos que contraem tal doença á morte civil.
Descrição:
COSTA, M. da S. A concepção das pessoas com HIV/Aids acerca do estigma e da discriminação: um estudo junto ao serviço de assistência especializada em HIV/Aids e Hepatites virais (SAE) do município de Campina Grande-PB. 2015. 90f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Serviço Social) – Universidade Estadual da Paraíba, Centro de Ciências Sociais Aplicadas, 2015. [Monografia]