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As ações de redução de danos estão relacionadas a medidas que buscam minimizar os prováveis efeitos negativos que o consumo de substâncias psicoativas podem causar a saúde física e mental de usuários, visando à promoção da saúde. Logo, a partir da nossa inserção no campo de estágio supervisionado no CAPSad-CG, o presente estudo teve como objetivo geral analisar as concepções e práticas dos profissionais e usuários do CAPSad-CG em torno da Política de Redução de Danos (PRD) em álcool e outras drogas. Para tanto, teve por objetivos específicos discutir a concepção de profissionais e usuários acerca da PRD; verificar a relação entre o que é proposto para intervenção, por meio da RD, e as práticas desenvolvidas no cotidiano institucional pelos profissionais; identificar iniciativas e estratégias de RD que possam existir na instituição; e por fim, verificar os desafios e possibilidades existentes na instituição para o desenvolvimento de ações pautadas na PRD. A pesquisa realizada caracterizou-se como exploratória de caráter analítico. O método de análise da realidade utilizado foi o crítico-dialético. Os sujeitos pesquisados foram 10 (dez) (profissionais e cinco usuários). Os instrumentos de coleta de dados utilizados foram a observação participante e a entrevista semi-estruturada. Para análise dos dados, foi utilizada a técnica de análise de conteúdo para o tratamento dos dados qualitativos e para o tratamento quantitativo dos dados, empregamos procedimentos estatísticos. Os principais resultados alcançados foram: Alguns profissionais reconhecem a RD como um instrumento que respeita a singularidade do usuário, ao se dá uma maior ênfase na decisão do mesmo no que tange a sua relação com a droga. Já outros profissionais, embora tenham afirmado conhecer e praticar ações com base na referida política, ainda veem na abstinência, por si só, a resolução do problema da droga. Os usuários, acerca disto, apresentaram falas rápidas e objetivas, a maioria disse conhecer e tê-la como sua experiência de tratamento, outros disseram não conhecê-la. Sobre iniciativas e estratégias de RD identificadas pelos entrevistados, estes citaram oficinas, encaminhamentos, acompanhamento médico, entre outras, destacando uma oficina que aborda exclusivamente essa temática. Dentre os desafios, mencionados pelos profissionais, destacamos a ausência de investimentos (falta de materiais, de uma estrutura adequada, ausência de capacitações enfatizando a RD e a própria dependência química em si; e de uma rede de atenção fortalecida). Com relação às possibilidades, o principal ponto destacado foi o reconhecimento da Política do Ministério da Saúde de Atenção Integral ao usuário de álcool e outras drogas (e a adoção de ações de RD, enquanto uma das premissas dessa política) como sendo um importante instrumento que permitiu se dar voz ao usuário que anteriormente não era ouvido em lugar algum. Portanto, apesar dos avanços mencionados, nota-se uma ainda frágil legitimação de estratégias de RD no interior da instituição, pois há a existência de uma contradição, pois de um lado há o reconhecimento da RD como um caminho favorável, e por outro lado, alguns deixam claro a ênfase maior na prática da abstinência; o que acaba refletindo também nas concepções ainda imprecisas, levantadas pelos usuários entrevistados. |
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