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Título: Maria Bonita no imaginário do cordel: um estudo semântico-cultural
Autor(es): Araújo, Wilma Antunes de
Palavras-chave: Literaura de cordel
Semântica
Cultura nordestina
Maria Bonita
Data do documento: 19-Out-2018
Resumo: A presente pesquisa apresenta um estudo semântico cultural sobre a figurativização de Maria Bonita em folhetos de cordel. Esse tipo de literatura se mostra como forte expressão da cultura popular nordestina, servindo como possibilidade de reflexão sobre a formação discursiva do imaginário feminino em torno da figura de Maria Bonita. Considerada muitas vezes uma literatura de pouco valor literário, estudos recentes mostram a sua relevância como fonte de pesquisa para estudos linguísticos e/ou literários devido aos temas e a atualização de discursos/ideologias propagados do cenário cultural do nordeste brasileiro (RODRIGUES, 2006; 2011). Dessa forma, esse trabalho faz uma incursão discursiva por alguns cordéis que desenham a figura de Maria Bonita, observando aspectos extralinguísticos que contribuem para a construção discursiva do imaginário popular nordestino. O objetivo foi identificar, por meio das práticas discursivas presentes nos folhetos de cordel, como se representa a figura da mulher, a partir da personagem Maria Bonita, perscrutando a vida e os valores nordestinos, bem como as vozes e (inter)discursos que transpassam essas representações. O fio norteador da análise parte da inquirição de gênero, ligada diretamente a questão de identidade de um sujeito, uma vez que o conceito de identidade de gênero remete a outras categorias essenciais para a análise realizada, além de perpassar pelos estudos semântico-culturais. Para tanto, optou-se pela pesquisa de natureza qualitativa, descritiva, bibliográfica e documental. Tomou-se como corpus para o estudo os cordéis: Maria Bonita - A Eleita do Rei (2000) e Lampião e Maria Bonita – Celebridades do Cangaço (2010), ambos de Gonçalo Ferreira da Silva; além do folheto O Amor de Cangaceiro de Lampião e Maria Bonita (s/d), de Vicente Campos Filho; e ABC de Maria Bonita, Lampião e seus cangaceiros (1976), de Rodolfo Coelho Cavalcante. Assim sendo, partiu-se das leituras realizadas em Albuquerque Júnior (2003; 2009), Ferrarezi Jr. (2008; 2010; 2013); Fiorin (2005), Halbawachs (2006), Hall (2006), Rodrigues (2006; 2011; 2014), Silva (2014), Gomes (2003), Foucault (1987; 1988; 1993) entre outros, em prol da observação de que Maria Bonita se apresenta no cordel como figura antológica, símbolo de força e de coragem, astúcia e crueldade, de domínio e dominação. A “beleza”, crueldade, sexualidade, “santidade” e “maldade”, dentre outros atributos da personagem, são postos de forma expressiva nos folhetos analisados. Portanto, no imaginário da cultura nordestina, atualizado pelos folhetos de cordel, Maria Bonita é representada como uma personalidade que rompeu paradigmas, diferentemente da forma como outras mulheres são desenhadas pelos modelos e estruturas socioculturais atrelados a tradição patriarcal da mesma região.
Descrição: ARAÚJO, Wilma Antunes de. Maria Bonita no imaginário do cordel: um estudo semântico-cultural. 2018. 51p. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Letras - com habilitação em Língua Portuguesa) - Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2018.
URI: http://dspace.bc.uepb.edu.br/jspui/handle/123456789/17769
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