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Os estudos pós-coloniais têm evidenciado que mesmo após a independência os países ex-colonizados mantêm certos hábitos da cultura colonizadora, e este aspecto é o que aqui chamaremos de colonização da mente. E o que dizer sobre as representações destes aspectos na literatura contemporânea? Comportamentos, vestimentas, escolhas, atitudes, são evidências de que a cultura imperialista ficou enraizada nas mentes de personagens representados pelos autores. João Melo, autor e jornalista angolano, é referência autoral quando a temática é sátira, e representação do povo angolano. Diante disso, o nosso estudo busca demonstrar como este autor traz em sua arte literária a figura do angolano rememorada no cotidiano de seu país, enquanto cria cenários, contextos e personagens que tentam fugir do fantasma da colonização criando uma cultura de identidade forte, mas que continuam demonstrando resquícios de uma cultura devoradora que permanece em seu país e seu povo. Para aplicação das teorias de pós colonialismo e colonização da mente revisadas, foram selecionados os contos O pato revolucionário e o pato contra-revolucionário, Maria e O dia em que o Pato Donald comeu pela primeira vez a Margarida, todos presentes no livro que recebe o mesmo nome que o último conto citado. Foram destacados e analisados aspectos como a força do capitalismo e o limite de fronteira, construções de identidades e o consumismo Norte-Americano. |
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