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O Cinderelo no mundo da dança: corpo e masculinidades como tessituras de gênero - título que por
si só explicita a problemática que queremos abordar, tem a pretensão de aproximar os princípios lógicos e
ordenadores de uma ação específica - a dança - com o universo corporal, considerando o corpo uma
construção sociocultural, regida por padrões estereotipados de cunho biológico construído e cultivados
desde nosso nascimento. Para isso realizamos uma revisão histórica do pensamento Ocidental e Oriental
sobre corpo e dança, trazendo à tona algumas das concepções estabelecidas no campo da filosofia e da
ciência. Essa revisão perpassa por três aspectos de discussões: a de masculinidade implícita na categoria
de ser humano universal que tem servido como parâmetro de referência às atividades ditas femininas ou
masculinas, a de corpo constituído de movimento, sensibilidade, subjetividade, identidade, cultura e
história. Uma concepção que supera o dualismo cartesiano e que demonstra, ainda, que o corpo não está
subordinado à mente, segundo o paradigma fenomenológico, e os contos de fada e a importância na
Educação Infantil, pois com suas construções narrativas simples auxilia as crianças a se identificarem com
os personagens e resolver seus dramas existenciais mais simples e ao mesmo tempo reforçam relações
iniquânimes de gênero. Com o propósito de colher informações, empreendemos um estudo na Escola
Municipal Félix Araújo em Campina Grande-PB envolvendo 15 discentes de ambos os sexos das séries
iniciais do Ensino Fundamental I. Prosseguimos com a apresentação de mais dois momentos: um,
explorando a criação da dança; o outro, tratando das especificidades da dança folclórica durante o seu
processo de construção, investigando-a enquanto projeto educativo convergindo em prol de um fazer
educativo não sexista. Objetivando detectar as interferências dos estereótipos de gênero em relação à
dança no espaço escolar, partimos da seguinte premissa: identificar e discutir o cotidiano e os preconceitos
referentes à dança oriundos na comunidade, com o intuito de promover reflexões pertinentes à prática
educativa. Neste sentido, a construção de comportamentos e pensamentos com respeito à dança é
analisada em processo de relações com diferentes meios e instituições. A dança no espaço escolar
proporciona um desenvolvimento corporal amplo, não apenas das capacidades motoras, imaginativas e
criativas das crianças e adolescentes, como também lapida a personalidade do discente através de uma
consciência corporal em relação ao próprio mundo e ao mundo do outro. |
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