Resumo:
Durante décadas os cursos de Pedagogia no Brasil têm sido questionados quanto aos seus objetivos e às habilidades que devem formar. Críticas têm sido feitas quanto a uma formação fragmentada, com forte influência tecnicista e uma grande divisão no trabalho desses profissionais. Várias das críticas estiveram focadas na separação entre formação docente e a formação de especialistas, dividida em três habilitações, a saber: administração escolar, orientação educacional e supervisão escolar. Nas últimas décadas, tem prevalecido o entendimento de que o foco deve ser a formação docente e em 2006, a Resolução nº 01, do Conselho Nacional de Educação (CNE), redefiniu as diretrizes para os cursos de Pedagogia, determinando que, a partir daquele ano, as habilitações de Orientação Educacional e Supervisão Escolar, entrariam em processo de extinção em âmbito nacional (administração já havia sido extinta). Em substituição a essas habilitações, as diretrizes orientam a formação do gestor pedagógico. Apesar de extinta a habilitação, na prática, a função do supervisor escolar continua existindo, motivo pelo qual, neste trabalho, objetivamos analisar a relação estabelecida entre Supervisor Escolar e professores no cotidiano das escolas, mediante essa nova configuração. Uma nova visão da Supervisão Escolar se delineia, na qual a liderança educacional coloca-se como desafio à ação supervisora, que além das questões burocráticas e legais, precisa contribuir com a formação continuada dos professores e com a sua qualificação. Para conhecer mais detidamente tal realidade, este trabalho objetiva analisar as percepções da supervisora de uma escola de Campina Grande/PB e de três professoras acerca das atividades de supervisão desenvolvidas pela referida. O trabalho resulta de uma pesquisa qualitativa, nos moldes do estudo de caso, tendo como campo empírico a Escola Jardim Encantado (nome fictício), da rede municipal de Campina Grande-PB, que atende aos níveis de ensino da Educação Infantil e Ensino Fundamental I. Para fundamentação teórica recorremos a estudiosos como Dermeval Saviane (2003), Mary Rangel (1997), Paulo Ricardo Freire (1998) entre outros. Foram entrevistadas três professoras e a supervisora da instituição, cujos depoimentos remeteram às seguintes conclusões: A supervisora em questão desenvolve um trabalho comprometido com uma gestão participativa, favorecendo uma rede de relações e de diálogos que favorecem uma aprendizagem e uma educação significativa e de qualidade. Pode-se afirmar que ela exerce sua função numa perspectiva de articuladora do processo ensino e aprendizagem. Todavia, a referida supervisora, sendo lotada na Secretaria de Educação Municipal, não dispõe de tempo para acompanhar mais detalhadamente as atividades escolares. Uma vez que os encontros com os professores, em cada turno, ocorrem apenas uma vez por semana esta articulação fica comprometida.
Descrição:
QUEIROZ, J. E de. Reflexões acerca da função do supervisor educacional. 2016. 23 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Pedagogia) - Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2016.