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Algumas das mais populares produções cinematográficas nos dias atuais são as adaptações de
obras literárias. Algumas vezes essas adaptações reproduzem fielmente o que está escrito nos
livros, mas em outras, sofrem alterações em cenas, personagens ou enredo, que nem sempre
satisfazem os leitores da obra. Considerando o que foi citado, este trabalho tem como objetivo
geral, analisar intersemioticamente como uma obra literária foi adaptada para o cinema e
como objetivos específicos (i) analisar como a personagem principal Cinderela é descrita no
conto de Charles Perrault (2012), considerando características físicas, psicológicas e nome;
(ii) analisar quais dessas características foram mantidas ou não nos filmes de 1950 e de 2015
produzidos pela Disney; e (iii) explanar sobre como essas características foram traduzidas
intersemioticamente ou adaptadas, considerando o público alvo e o contexto da adaptação.
Nossa pesquisa tem cunho qualitativo, pois descreve a qualidade do objeto analisado de forma
esclarecedora; e descritivo, pois utilizamos da descrição de trechos do conto e cenas dos
filmes para a concretização da análise. Para isso, estamos ancorados teoricamente
principalmente em Jakobson (1959/2000), que trata das Categorias de Tradução; Plaza (1987),
que define tradução intersemiótica; Nord (1997) que traz os aspectos funcionalistas da
tradução; e Hutcheon (2011) que define adaptação. Para que fosse concretizada a análise,
foram extraídos trechos do conto e cenas de ambas as adaptações para que fossem realizadas
comparações e descrições dos dados coletados. Nossa análise identificou que, ao adaptar uma
obra literária o tradutor lê, a desverbaliza e a reescreve na forma como interpretou,
objetivando transmitir a mesma mensagem, porém, levando em consideração, quem solicitou
a tradução, o receptor da mensagem, o contexto e a mídia na qual será transmitida.
Concluímos que as principais características físicas, psicológicas e o nome de Cinderela,
foram traduzidos intersemioticamente do conto de Charles Perrault (2012) para as adaptações,
ao mesmo tempo em que sofreram alterações, tornando-se assim um novo texto, que foi
produzido levando em consideração o público receptor, a nova mídia de divulgação e também
o novo propósito da obra que, além do entretenimento, visa o lucro financeiro das adaptações. |
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