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O presente trabalho consiste em uma pesquisa realizada em 09 creches públicas que
atendem bebês de 0 a 2 anos (berçário) no município de Campina Grande – PB. O
objetivo geral deste estudo foi analisar as concepções de infância, criança e currículo de
professoras que atuam no berçário. O estudo é de caráter qualiquantitavo, cujas técnicas
de produção de dados foram construídas através de questionários e de entrevistas semiestruturadas,
com professoras que atuam no berçário. O período de aplicação dos
questionários, entrevistas e análise dos dados ocorreu de agosto 2014 a agosto de 2015,
totalizando 365 dias, nas quais se utilizou para o registro das entrevistas o gravador de
voz portátil. Neste estudo estão sendo divulgados os dados referentes a 26 questionários
e 10 entrevistas semi-estruturadas realizadas com professores que atuam com os bebês.
Os dados foram analisados através da estatística simples e análise de conteúdo. Em
linhas gerais, os resultados da pesquisa indicaram que 84,6 % das professoras do
berçário possuem formação em nível superior e 73,0% são especializadas. 46,1% das
professoras afirmaram ter participado da elaboração da proposta pedagógica da
instituição e 50,0% delas afirmaram consultá-la para planejar sua prática. 73%
afirmaram que consultam o RCNEI. As análises das entrevistas apontam que as
professoras são pouco informadas no tocante às Diretrizes Curriculares Nacionais para a
educação infantil. Observamos também que a maioria das professoras entrevistadas
reconhece a infância como uma etapa da vida e a criança como um ser carente
economicamente e afetivamente, ou seja, a criança é vista pelo que lhe falta, por sua
incompletude. Apesar dessa visão, as professoras precisam desenvolver uma concepção
de currículo que permita o desenvolvimento integral da criança e o reconhecimento de
que estas são atores ativos na produção e reprodução de culturas. Por fim, foi constatado
que as condições de planejamento e reflexão das práticas pedagógicas no berçário
apresentam fragilidade e que a autonomia das professoras neste sentido não é total, pois
recebem direcionamentos da secretaria de educação, fazendo com que a proposta
pedagógica da instituição seja esquecida no planejamento das práticas pedagógicas.
Esta centralização gerada pela secretaria de educação pode gerar acomodação e até
mesmo inibir o pensar e o fazer pedagógico dessas profissionais, algo que é tão
importante para o educador que atua com os bebês. |
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