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Muito se discute, dentro da crítica literária, sobre como as obras podem influenciar seus
leitores. A grande maioria dos textos lidos por crianças tem um pesodiferenciado em suas
formações cognitivas, assim como em sua formação cultural e ética, inclusive acerca das
questões sobre gênero. É certo que os contos infantis estão repletos de questões desse cunho,
embora muitas vezes elas apareçam apenas implícitas nos textos,e podem apresentar
considerável influência na formação das crianças. Diante dessa problemática, analisamos
neste artigo os marcadores de gênero apresentados no conto contemporâneo Por que só as
princesas se dão bem?, deThalita Rebouças (2013). Teoricamente, este trabalho é embasado
nas teorias de gênero, como as desenvolvidas por Beauvoir (2009), Rubin (1993) e Adichie
(2015), bem como nas teorias literárias de Lajolo e Zilberman (2007), Cademartori (2010),
Hunt (2010),dentre outros teóricos, além de estudos da psicanálise, como Freud (1973) e
Bruno Bettelheim (2014). Este trabalho se justifica por ampliar as discussões de gênero na
literatura infantil contemporânea,diante da importância desse tipo de debate dentro do
contexto de opressão que vivemos em nosso país. Frenteao que foi analisado, verificou-se que
a nova literatura tem tentado, com algum êxito, repensar as formas de retratar as diferenças de
gênero, sociais ou culturais, nos contos infantistendo em vista a sua grande influência na
formação das crianças,apontando para algumas questões, como, por exemplo, a relação
homem e mulher referente ao público e ao privado, os casamentos nas sociedades,
aparência/corpo e a busca pelo príncipe encantado. |
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