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O objetivo deste estudo é analisar a ausência do sentimento de infância e do
universo infantil, em um espaço delimitado, no medievo, bem como detectar as
rupturas e continuidades, inscritas na mentalidade da sociedade europeia no
transcurso da modernidade evidenciando a construção social do sentimento de
infância e a consequente ressignificação de seu papel na modernidade. Nosso intento,
ainda também, é identificar como esses sujeitos, por muito tempo silenciados,
negligenciados a luz da história, do fazer história, foram apresentados e
reapresentados nesse período de transição, entre a medievalidade e a modernidade.
Para tanto, trata-se de um artigo bibliográfico o qual analisaremos autores que
trataram a questão da infância, da ausência do sentimento de infância e,
notadamente, de sua gradual construção no transcurso da modernidade. Partiremos,
portanto, dos estudos de Phillipe Áries (1978). Na pretensão de analisarmos a
ausência do conceito de infância nesse período de transição, nos soaram pertinentes
os trabalhos de Robert Darnton (2011) em sua análise dos contos de mamãe ganso.
Ainda sobre a infância, a leitura de Gélis (2009) nos permite pensar como, ao longo
da modernidade, fruto de um desejo de civilizar os corpos e os costumes, haverá uma
individualização do corpo infantil. Logo, guiamos o texto pelas seguintes questões:
podemos falar em infância, ou de um espaço reservado a criança na transição do
medievo a modernidade? Quem eram as crianças no início dos tempos modernos?
Como se dava a relação entre o público e o privado no processo de sociabilidade dos
“pequenos homens”? Que mudanças essenciais ocorreram no transcurso dos séculos
XVII e XVIII que acabam por ressignificar, reconfigurar, o papel, o lugar, a
representação da criança na sociedade moderna? Sendo essas as questões que nos
interesse responder nas linhas que seguem. |
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