Resumo:
Este estudo tem como objetivo mergulhar na obra de José Condé para compreender a
materialização dos devaneios proporcionados pelas chuvas na condensação emocional de sua
narrativa. Analisando a obra Santa Rita: Histórias da Cidade Morta e Os Dias Antigos,
publicado em 1961, é possível denotar o elemento intensificador que proporciona
movimentação cênica, atribuindo a este elemento da natureza um caráter transformador, pois
é responsável por sinalizar a sentimentalidade, a poética e o existencialismo, através da
subjetividade dos personagens e do próprio cenário, cada vez mais decadente, em que estão
inseridos os moradores desta cidade imaginária. As chuvas possibilitam um passeio pelo
imaginário do escritor, tendo como pano de fundo da narrativa os reflexos pós Lei Áurea. Fica
nítido que o índice pluviométrico foi eleito por Condé como recurso estilístico em sua obra.
Demonstrar a importância da presença da chuva como elemento estrutural na narrativa é, para
além da aproximação deste autor ao âmbito das discussões literárias, um levante quantitativo
da força e presença deste recurso na tonicidade dos contos e na costura do enredo. Esta
discussão acerca da narrativa condeana possui a chancela teórica de autores como Florestan
Fernandes (2008), Antonio Candido (2000) e Gaston Bachelard (1989), entre outros, que
tornam possível a contribuição deste trabalho para a formação da fortuna crítica do escritor
pernambucano José Condé.
Descrição:
SILVA, R. K. Y. B. M. B. da. A presença da chuva nas narrativas condeanas de Santa Rita: contos que se interpenetram. 2016. 28f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Letras - com habilitação em Língua espanhola) - Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2016.