Resumo:
A morte, por meio de diversas representações, sempre esteve presente no percurso histórico da Humanidade, envolvendo, deste modo, um arcabouço de ideias filosóficas, religiosas e científicas sobre o assunto. O presente artigo tem como objetivo analisar o livro “As Intermitências da Morte”, de José Saramago (2005), com o fim de discutir sobre o medo da morte, mas também compreender o modo como as personagens do romance em questão lidam com a sua ausência, em um mundo onde a morte, ao menos temporariamente, decide não matar. Somado a isso, analisou-se como os discursos das instâncias de poder agem para controlar a população, seja utilizando-se do pavor da morte, seja, na ausência dela, acionando outras estratégias para manter este controle. Quanto à base teórica, para debater o tema da morte, o trabalho baseou-se em Epicuro (2016), Platão (2016), Wolff (2007), Ariès (2012). No que se refere ao poder do discurso, buscou-se fundamentação em Foucault (2012). Ao final da análise, constata-se como as instituições fazem uso do discurso sobre a morte para alienar as pessoas e subjugá-las ideologicamente, assim como observa-se também uma perspectiva mitológica sobre a relação entre Eros e Thanatos, percebida na obra através das personagens do violoncelista e da morte, respectivamente.
Descrição:
Santos, H. S. dos. Entre a breve imortalidade e a existência moribunda: uma leitura sobre As intermitências da morte de José Saramago. 2018. 21f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Letras - com habilitação em Língua Portuguesa) - Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2018.